Custo de capital: O que é coeficiente de correlação?

Iniciaremos hoje uma série de 4 artigos sobre o custo de capital para uma empresa:

  1. O que é coeficiente de correlação?
  2. O que é Beta?
  3. Custo de capital próprio (CAPM)
  4. Custo de capital total (WACC)

Custo de capital é o custo de oportunidade que deve ser superado pelo empreendimento para valer a pena manter o negócio ativo. Se esta taxa não é ultrapassada pelo lucro líquido, significa que o investidor está perdendo dinheiro. Vamos explicar aqui, item por item, como calcular esta taxa.

Este cálculo atravessa três principais assuntos de interesse deste blog:

  • Viabilidade econômica de empreendimentos imobiliários (incorporação)
  • Gestão de escritórios de arquitetura e engenharia
  • Avaliação econômica de imóveis (pelo método da capitalização da renda)

O primeiro e mais rudimentar indicador de comportamento de qualquer ativo é a chamada correlação. Este é um termo utilizado cotidianamente, o que facilita seu entendimento. Por exemplo:

  • Correlação entre poluição do ar e aquecimento global
  • Correlação entre taxa Selic e inflação
  • Correlação entre desemprego e violência

E assim por diante. Continuar lendo Custo de capital: O que é coeficiente de correlação?

Moedas brasileiras de 1942 a 2017

notas-primeira-familia
Primeira família do Real
notas-segunda-familia-novo
Segunda família do Real

O período de combate à hiperinflação entre 1983 e 1994 deixou um histórico de rápidas mudanças de moedas no Brasil, o que causa até hoje confusão quando valores da época precisam ser atualizados. Fizemos coisas inéditas em todo o globo, como trocar 100% da moeda num único dia (1 de julho de 1994). Diversas vezes tivemos três zeros cortados e os nomes se repetiam para dificultar ainda mais a percepção do histórico de moedas. Nesses dez anos de solidão tupiniquim, as moedas oficiais passaram por uma pequena odisseia, então deixamos aqui um pequeno guia para lhe ajudar.

  1. Cruzeiro (Cr$) – 1942 a 1967. Este período inclui as primeiras emissões do Banco Central do Brasil. A partir de 1966, o nome do Bacen aparecia pela primeira vez nas cédulas de 10.000 cruzeiros.
  2. Cruzeiro Novo (NCr$) – 1967 a 1970. (1.000 cruzeiros = 1 cruzeiro novo). O nome foi criado temporariamente, até que a população se acostumasse com o corte de três zeros. O nome voltou a ser Cruzeiro em 1970.
  3. Cruzeiro (Cr$) – 1970 a 1986. (1 cruzeiro novo = 1 cruzeiro). O nome voltou ao padrão antigo, mas foi lançada uma nova família de cédulas, com projeto gráfico de Aloísio Magalhães. Era a primeira vez que nosso papel-moeda tinha projeto gráfico moderno.
  4. Cruzado (Cz$) – 1986 a 1989. (1.000 cruzeiros = 1 cruzado). Inaugura a saga dos planos de combate à hiperinflação dos anos 1980-1990. Circularam simultaneamente cédulas antigas de cruzeiros carimbadas ou não. A moeda era consequência do Plano Cruzado.
  5. Cruzado Novo (NCz$) – 1989 a 1990. (1.000 cruzados = 1 cruzado novo). O Plano Verão, após os planos Bresser e Maílson, interfere novamente no padrão monetário nacional.
  6. Cruzeiro (Cr$) – 1990 a 1993. (1 cruzado novo = 1 cruzeiro). Resultado do Plano Collor, a transição de governo trouxe de volta o padrão Cruzeiro e o congelamento dos depósitos em poupança como medida emergencial de combate à hiperinflação.
  7. Cruzeiro Real (CR$) – agosto de 1993 a julho de 1994. (1.000 cruzeiros = 1 cruzeiro real). Resolvidos os problemas de inflação de serviços, de custos e o desequilíbrio fiscal, faltava apenas eliminar a indexação da economia e a inflação inercial. O Cruzeiro Real foi a primeira medida para a resolução destes dois problemas, que se encerrariam com a substituição pelo Real em 1994. O Cruzeiro Real era, assim, parte do Plano Real.
  8. Real (R$) – desde julho de 1994. (1 URV = 2.750 cruzeiros reais = 1 real). O Plano Real substituiu toda a moeda nacional em 1 de julho de 1994, a maior troca de moeda da história. A estratégia foi transferir a indexação da economia para um único indicador confiável (URV) durante três meses, com rígido controle fiscal e monetário, e depois transformar este indexador em moeda. Houve substituição total de papel-moeda e controle monetário via taxas de juros pela meta da Selic (em vigor até hoje).

Continuar lendo Moedas brasileiras de 1942 a 2017

O que é Registro de Responsabilidade Técnica (RRT)?

Conforme determina o CAU – Conselho de Arquitetura e Urbanismo, o Registro de Responsabilidade Técnica (RRT) é o documento que comprova que projetos, obras ou serviços técnicos de Arquitetura e Urbanismo possuem um responsável devidamente habilitado e com situação regular perante o Conselho para realizar tais atividades. Os RRTs são gravados no Sistema de Informação e Comunicação do CAU (SICCAU) e compõem o acervo técnico do arquiteto e urbanista, com as informações registradas sobre o exercício da profissão. É uma proteção à sociedade e confere legitimidade ao profissional, fornecendo segurança técnica e jurídica para quem contrata e para quem é contratado. Continuar lendo O que é Registro de Responsabilidade Técnica (RRT)?

Diretrizes para projetos de aquários

Aquário de Monterey, Califórnia, EUA
Aquário de Monterey, Califórnia, EUA
Existem dois grandes grupos genéricos de aquários no mundo atual:

  • aqueles que possuem atrativos turísticos fortes, suficientes para gerar receita a uma organização de pesquisa ou filantrópica que o mantém tecnicamente;
  • aqueles financeiramente mantidos ou subsidiados por organizações de pesquisa ou filantrópicas que também fornecem os subsídios técnicos para sua existência.

Ou seja, do ponto de vista projetual, fica evidente que o um aquário engloba pelo menos dois núcleos: um salão expositivo para o público e um centro técnico.

O aquário em si precisa ter um direcionamento filosófico global antes do programa de necessidades ser levantado, principalmente do tipo de água a apresentar, cada tipo com seu próprio bioma: Continuar lendo Diretrizes para projetos de aquários

O que é spread bancário?

As empresas comerciais de revenda de mercadorias constroem seus resultados, grosso modo, na diferença entre o custo de aquisição e o preço de venda. Os bancos são empresas peculiares, que trabalham com o dinheiro como mercadoria, sendo seu custo (e preço) melhor expressado por taxas. A diferença entre o custo (taxa) de captação e a taxa de recolocação do recurso financeiro no mercado é chamado spread, uma diferença entre taxas.

O custo de captação de recursos pelos bancos é materializada pelas taxas de remuneração do capital dos correntistas: são as remunerações de poupança, fundos, certificados, títulos, etc. Portanto, possuem alta correlação com a taxa de juros pagas pelos títulos públicos, fixadas pelo Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic) do Tesouro Nacional. Isso acontece porque os bancos transferem em tempo real recursos entre si para suas próprias contas no Banco Central, no chamado mercado interbancário. Os Depósitos Interbancários (DI) possuem taxa correlacionada a seu custo de oportunidade, ou seja, a taxa dos títulos públicos (Taxa Selic).

Ontem, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central reduziu esta taxa para a meta de 13% ao ano. Continuar lendo O que é spread bancário?