Canvas como gerador de modelos de negócios [GA]

Alex Osterwalder e Yves Pigneur desenvolveram um método ágil, conciso e visual para a construção de modelos de negócios, chamado canvas. Obviamente suas características indicam boa aplicabilidade, ou pelo menos facilidade metodológica de aplicação. O canvas está apoiado na construção (lado esquerdo) e entrega (lado direito) de valor ao cliente. Um dos maiores benefícios trazidos pelo canvas aos escritórios de arquitetura foi justamente a construção de um modelo visual de simples compreensão demonstrando a centralidade do valor ao cliente nos modelos de negócios sustentáveis.

Ou você constrói um empreendimento em torno dos benefícios reais a serem entregues de forma viável a seus clientes, ou não sobreviverá por muito tempo. Esta colocação é bastante evidente para a administração e incrivelmente pouco conhecida em nosso campo.

A pesquisa com sócios de escritórios de arquitetura de São Paulo identificou muitos centrados em aspectos internos, como a vontade de fazer bem feito, a necessidade de se estruturar bem, de ter boas equipes, de ter bons parceiros, alguns raros entrevistados preocupados em identificar os clientes, pouca preocupação com canais e mais rara ainda preocupação com a construção de valor. Continuar lendo Canvas como gerador de modelos de negócios [GA]

Aplicabilidade do BIM [GA]

 

Bilal Succar definiu o BIM em 2008 como um conjunto em expansão de tecnologias, processos e políticas que permitem às partes interessadas projetar, construir e operar qualquer tipo de edificação ou construção virtual de maneira colaborativa.

O modelo em BIM possui três elementos fundamentais:

1. Modelo geométrico, contendo as informações gráficas.

2. Especificações técnicas e referências, constituídas por informações não gráficas;

3. Documentação associada, por ser baseado em um banco de dados. Tais documentos externos podem ser de qualquer natureza, portanto permitem anexar alvarás, ART, RRT, memoriais com assinaturas públicas, diretrizes oficiais, matrículas de imóveis etc.

Por contraste, podemos também identificar o que não se classifica como BIM:

Continuar lendo Aplicabilidade do BIM [GA]

Visão geral do BIM [GA]

Compreender o BIM passa pela compreensão ampla do empreendimento e da linguagem utilizada pelo investidor. Todos os aspectos da gestão de um empreendimento, inclusive ao do próprio escritório de arquitetura se reflete, de uma forma ou de outra, no BIM.

A concretização do ativo físico sempre tendeu a ser iniciada pelo arquiteto, mas o restante do processo era opaco para nós, porque as informações e processos eram muito compartimentados. Isso acontecia no mundo analógico e no mundo digital anterior, como o da tecnologia CAD de produção de documentos.

BIM não é um software, é um conjunto de políticas, processos e tecnologias que está criando uma nova forma de trabalhar. É muito mais um como do que um o quê. Desde o início da informatização dos processos de trabalho estamos numa mesma tendência de integração, transparência e colaboração. O BIM é apenas o coroamento deste processo no tempo presente com a utilização das possibilidades tecnológicas disponíveis. Com elas, criamos novas ferramentas, redesenhamos os processos de trabalhos e repensamos nossas políticas infra e extra-setoriais.

Continuar lendo Visão geral do BIM [GA]

Construir acima do potencial do lote é possível?

Infelizmente esse conceito tem sido divulgado com equívocos por veículos de imprensa há muitos anos. Para entender como o potencial de construção (coeficiente de aproveitamento) de um lote funciona, é preciso compreender suas regras básicas.

O coeficiente de aproveitamento (CA) diz o quanto será possível aprovar de área construída em relação ao tamanho do lote. Por exemplo, um lote de 1.000m2 com CA=2,5 permite construção de 2.500m2.

Alguns artifícios da legislação brasileira (Estatuto da Cidade) permitem que o município cobre do incorporador imobiliário o impacto do adensamento populacional sobre infraestrutura públicas (água, esgoto, transporte, equipamentos, viário etc.). A ideia é desonerar a população em geral de uma pressão exercida sobre a infraestrutura urbana existente, de forma a desestimular a especulação imobiliária (retenção de terrenos vazios) e funcionar como mecanismo compensatório a favor da justiça social urbana.

Continuar lendo Construir acima do potencial do lote é possível?

Por que PPP não é privatização

Infelizmente esse erro persiste em diversos ambientes, inclusive o acadêmico, quando as parcerias público-privadas (PPP) são observadas sem a devida atenção à sua estrutura contratual. A PPP resulta em ampliação do patrimônio público (bens reversíveis da concessão), o que é diametralmente oposto ao resultado de uma privatização.

A única coisa privatizada numa PPP, em sua grande maioria, é a prestação de serviços, o que usualmente ocorre também em outras modalidades de contratos firmados com fornecedores privados. Existem inúmeros exemplos de contratos administrativos de prestação de serviços via Lei 8.666/93, ou agora pela 14.133/21.

Continuar lendo Por que PPP não é privatização