BIM e a nova função do escritório de arquitetura [GA]

A revolução do BIM está, aos poucos, trazendo um novo papel aos escritórios de arquitetura: o de estruturador de bancos de dados. Para entender como isso está acontecendo, é necessário fazer uma rápida contextualização: o BIM, ao contrário do que vinha ocorrendo com as (honrosas) tentativas de parametrização dos sistemas CAD, conseguiu efetivamente popularizar um sistema geométrico baseado em bancos de dados. Sim, é disso que estamos falando, porque a parametrização do BIM nada mais é que um banco de dados combinado com a apresentação, edição, ensaios e análises tridimensionais cada vez mais intuitivas em ambiente virtual (pelo menos num primeiro momento).

No mundo real, isso tem se apresentado cada vez mais como uma construção inicial de bancos de dados a quem fará a gestão de operação e manutenção desse constructo tridimensional – e essa sempre foi a ideia, desde o início. O gestor, que tradicionalmente faria um controle próprio a partir de um diagnóstico do ativo, passa a receber o banco de dados inicial de um projeto executivo que também adquire novo significado. E isso se processo nos diferentes níveis dimensionais do BIM: Continuar lendo BIM e a nova função do escritório de arquitetura [GA]

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Por que Locação Social vale a pena?

As políticas de Locação Social são frequentemente lembradas pelo sucesso obtido em países centrais (Inglaterra, EUA, Alemanha, Holanda, França, Espanha, etc.). Mais recentemente, o mesmo tem ocorrido em países econômica e geograficamente mais próximos ao Brasil: Uruguai, Chile, Argentina, México são só alguns exemplos, entre muitos outros. E a Locação Social também teve sucesso em outras economias em desenvolvimento em outras regiões do planeta, como África do Sul e Hungria, esses dois últimos com casos emblemáticos de repercussão global.

A ideia da Locação Social não é substituir programas e políticas públicas habitacionais baseadas na propriedade do imóvel pelo beneficiário, mas de adicionar uma nova modalidade às iniciativas existentes de forma a complementar o leque de opções à disposição do poder público, com a intenção de ampliar a oferta total de moradias de interesse social e reduzir o déficit habitacional.

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O que é gentrificação

Gentrificação é o nome que se dá à substituição da população residente de uma determinada área urbana por outra de poder aquisitivo e renda significativamente maior. É um fenômeno muito criticado por, via de regra, promover a elitização de territórios urbanos simultaneamente ao deslocamento da população de menor poder econômico para territórios menos favorecidos em diversos aspectos, tais como localização geográfica e acesso a equipamentos e a outros benefícios urbanos.

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O que faltou perguntar sobre a Tabela de Honorários do CAU

O CAU/BR divulgou anteontem (22/08/2022) os resultados da pesquisa realizada entre profissionais sobre a Tabela de Honorários. Diversas evidências apontam para um desalinhamento entre a realidade de mercado e as recomendações de precificação do projeto de arquitetura do CAU, portanto a pesquisa é mais que bem-vinda e justificada.

Algumas dessas evidências eu tive inclusive a oportunidade de apresentar com a publicação de artigo científico sobre o assunto em parceria com professores da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo.

Entretanto, alguns aspectos da pesquisa são preocupantes quanto aos encaminhamentos que provavelmente gerarão. Apresentarei aqui apenas dois deles.

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Da arquitetura tradicional japonesa ao Ocidente contemporâneo

As artes vivenciaram diversos momentos históricos de grandes rupturas, transformações, transgressões. Mas de todos esses momentos, houve um período de transformação significativamente mais radical, uma época de revisões tão agudas que provavelmente se passará ainda muito tempo até que a humanidade veja outra revolução de magnitude semelhante.

Estou aqui falando da época em que os efeitos da Revolução Industrial já afetavam praticamente todos os setores sociais do mundo ocidental, e o elemento humano, principalmente os indivíduos mergulhados em ambientes inédita e massivamente urbanos, cercados por artefatos elétricos e mecânicos, num contexto que o separava, enquanto espécie biológica, do ambiente originário da sua própria geração. Nenhuma coorte humana jamais havia vivido algo semelhante. Continuar lendo Da arquitetura tradicional japonesa ao Ocidente contemporâneo