Das novas funções urbanas (e humanas)

Talvez a pandemia de covid-19 tenha colocado em definitiva obsolescência a Carta de Atenas ao deslocar os eixos principais da discussão sobre as funções humanas da cidade. Isso ocorre principalmente por adentrarmos em um novo período histórico no qual a discussão das localizações deixa de ser uma questão primordial de desenho urbano e passa a ganhar relevâncias de outras naturezas.

Resultado do IV Congresso Internacional de Arquitetura Moderna realizado em 1933, a Carta de Atenas foi um manifesto conduzido por um Le Corbusier que ainda consolidava sua posição no cenário urbanístico mundial. Com sua visão racionalista característica, simplificou as funções urbanas em quatro categorias básicas: habitar, trabalhar, lazer e a circulação.

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Casa Butantã – Paulo Mendes da Rocha

Casa Butantã

 

Creio não haver dúvidas de que a paixão do brasileiro pelo futebol vem da nossa potência e histórico nesse campo, longe de ser nossa única fortaleza nacional. Outra potência nacional, infelizmente ainda pouco difundida de forma ampla por nossas limitações, são artefatos e registros de uma das culturas mais ricas do planeta. Riqueza esta advinda não apenas de heranças de nossa riquíssima mestiçagem étnico-cultural, mas principalmente de nossa capacidade de invenção e reinvenção de modos de viver, uma habilidade que nosso povo desenvolveu a partir da oportunidade de ingerir e digerir uma multiplicidade imensa de influências e costumes que os imigrantes das mais variadas origens trouxeram em suas bagagens, que as ondas do rádio, da TV ou a internet importaram. Continuar lendo Casa Butantã – Paulo Mendes da Rocha

Presidência, Congresso e Supremo não são edifícios – nem pessoas

O que os invasores golpistas dos ataques de 8/1 estão percebendo (da pior forma) é que as instituições nacionais não se confundem com nenhum tipo de espaço físico – e nem com pessoas (temporariamente) investidas nos poderes Executivo, Legislativo ou Judiciário.

As lamentáveis imagens e vídeos que circularam pelo país na última semana mostram aquelas pessoas iludidas pelo fato de terem conseguido invadir edifícios repositórios da repartição dos poderes constitucionais do país, acreditando que estavam tomando as instituições em si.

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Ano sem fim

Olhando daqui de dezembro, este ano de 2022 parece ter sido longo demais, especialmente para o Brasil. Foi uma sequência de fatos e eventos que certamente terão consequências futuras contundentes. E parece que, ao viver mais um deles, há certa ofuscação ou efeito halo que nos dificulta uma visão panorâmica do que foram esses últimos 12 meses. Aqui, neste post, jaz um esforço contrário a essa tendência. Continuar lendo Ano sem fim