Preços em arquitetura e urbanismo

Como estabelecer preços de serviços de arquitetura e urbanismo?

Se esta questão não é simples de se responder em qualquer setor, pior ainda para a prestação de serviços de natureza intelectual em ambientes de extrema incerteza. É urgente que façamos uma análise crítica da Tabela de Honorários do CAU/BR, a qual, apesar de representar um imenso avanço para os arquitetos e urbanistas, ainda demanda aperfeiçoamentos para o estabelecimento de políticas de precificação mais realistas, que proporcionem maior segurança aos nossos colegas durante a negociação de propostas comerciais com potenciais clientes.

Quando os arquitetos e urbanistas vendem ideias, conceitos abstratos apoiados em conhecimentos técnicos, precisam transmitir adequadamente ao mercado quais são as características do serviço prestado (atributos), quais benefícios podem ser esperados em tais características, e, principalmente, demonstrar como o valor criado nessas atividades técnicas específicas podem ser traduzidas em montantes monetários. Fazendo isso, evidenciará como o preço pago pelo cliente é inferior ao valor entregue – definição básica de um bom negócio. É também um forte argumento a ser utilizado na negociação de preços com o cliente. Continuar lendo Preços em arquitetura e urbanismo

[e] O que foi o movimento da administração científica?

Frederick Winslow Taylor, nome mais destacado deste movimento, ingressou na Midvale Steel em 1878, onde observou problemas das operações fabris (presentes em várias organizações até os dias de hoje), como: falta de divisão clara da divisão de responsabilidades da administração com o trabalhador; ausência de incentivos para melhorar o desempenho; trabalhadores não cumprindo com suas responsabilidades; decisões baseadas em intuição e palpite; falta de integração entre departamentos; operários despreparados para execução de tarefas exigidas; ignorância sobre os benefícios da excelência de desempenho, conflitos entre capatazes e empregados sobre o volume de produção.

A partir de suas observações, desenvolveu um sistema de administração de tarefas que mais tarde ficou conhecido como sistema Taylor, taylorismo e, depois, administração científica. O principal motivo do estudo dos tempos foi a busca da precisão para definir o valor dos salários. Posteriormente, percebeu-se seu valor intrínseco de permitir o aprimoramento do trabalho operacional através da racionalização de movimentos.
Na segunda fase do movimento, a ênfase se desloca da produtividade do trabalhador para o aprimoramento dos métodos de trabalho. Naquele momento, Taylor apresentou seus princípios da administração de uma empresa:

  1. Seleção e treinamento de pessoal
  2. Salários altos e custos baixos de produção
  3. Identificação da melhor maneira de executar tarefas
  4. Cooperação entre administração e trabalhadores

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Diretrizes para projetos de aquários

Aquário de Monterey, Califórnia, EUA
Aquário de Monterey, Califórnia, EUA
Existem dois grandes grupos genéricos de aquários no mundo atual:

  • aqueles que possuem atrativos turísticos fortes, suficientes para gerar receita a uma organização de pesquisa ou filantrópica que o mantém tecnicamente;
  • aqueles financeiramente mantidos ou subsidiados por organizações de pesquisa ou filantrópicas que também fornecem os subsídios técnicos para sua existência.

Ou seja, do ponto de vista projetual, fica evidente que o um aquário engloba pelo menos dois núcleos: um salão expositivo para o público e um centro técnico.

O aquário em si precisa ter um direcionamento filosófico global antes do programa de necessidades ser levantado, principalmente do tipo de água a apresentar, cada tipo com seu próprio bioma: Continuar lendo Diretrizes para projetos de aquários

Avaliação de bens singulares: metodologia (UPAV 2016)

Após apresentar dois estudos de caso (avaliação de um quadro de Picasso e da Casa dos Contos, em Ouro Preto – MG), Radegaz Nasser e Maria dos Anjos Ramos retornaram aos palcos para apresentar a metodologia de avaliação de bens singulares de patrimônio cultural. Apesar da ordem aparentemente inversa das apresentações, não houve prejuízo da compreensão do processo para quem acompanhou os três trabalhos durante o congresso UPAV 2016 no Rio de Janeiro.

O contexto não poderia ser mais oportuno: em todos os países os valores culturais estão sendo resgatados, e a fala de nossos colegas sul-americanos durante a exposição confirma este entendimento em nossa região do globo. A APAC no Rio, ações em Cuzco, Washington D.C., Cartagena de las Índias, Salvador e Bogotá (compra de uma fazenda na Carrera 7 – Usaquén) são exemplos inequívocos do crescente interesse no assunto. E existe um selo mundialmente reconhecido para bens patrimoniais: o selo da UNESCO.

selo da UNESCO

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Avaliação de bens singulares: patrimônio histórico e cultural (UPAV 2016)

Já comentamos aqui sobre o trabalho do engenheiro Radegaz Nasser em avaliação de bens culturais. Durante o mesmo congresso UPAV 2016, ele fez no dia 21 de outubro outra apresentação sobre o tema, desta vez em parceria com uma referência mundial no assunto: a professora Maria dos Anjos Ramos (Portugal). Partiram de um estudo de caso de relevância para o contexto cultural brasileiro, a Casa dos Contos em Ouro Preto (MG) para demonstrar a metodologia avaliatória de bens singulares de importância cultural.

De forma distinta de bens comuns cujo valor cultural não seja saliente o suficiente para impactar o valor do imóvel, estes bens possuem particular importância para um povo, registram algum atributo fundamental de seus usos e costumes, suporte de uma identidade cultural que conecta indivíduos, agrupando-os. Portanto, o valor cultural do bem acrescenta valor de mercado ao avaliando. Continuar lendo Avaliação de bens singulares: patrimônio histórico e cultural (UPAV 2016)