Algumas reuniões entre representantes do segundo escalão de PT e PSDB ocorreram nos anos 1990. Cabe ressaltar que era um segundo escalão muito próximo aos respectivos caciques. As reuniões, poucas, discretas e sempre desmentidas por ambos, chamaram a atenção, é claro, e chegaram a ser notícia (pequenas) em alguns jornais de grande circulação. Mesmo os correligionários queriam saber de que se tratava. Naquele momento, ambos estavam se consolidando como o mainstream da política brasileira pós-Real em vários centros urbanos nacionais. Cada um tinha (e ainda tem) um público preferencial de maior penetração: o PSDB agradava mais a classe média e o PT começava a ganhar a confiança das periferias a partir de algumas administrações municipais bem sucedidas.
Num determinado momento surgiu um boato que o objeto das reuniões era uma pretensa unificação dos dois partidos. Alguns rapidamente desmentiram, mas outros preferiram admitir que houve algo do tipo na pauta, mas que seria impossível por “profundas diferenças ideológicas” entre os dois. Rapidamente as reuniões cessaram e nada mais se falou sobre o assunto.
Aqui começam as inferências. Digamos que tivessem concluído pela viabilidade de fusão do ponto de vista das lideranças partidárias. Seria um bom negócio para ambos? Creio que não, pois logo surgiria uma nova força, talvez partindo até de desertores de um ou de outro, e teriam que conviver com uma terceira força nascente. Continuar lendo A coligação PT-PSDB