Projetos urbanísticos devem ser feitos e aprovados por arquitetos

A Procuradora do Estado de São Paulo, Patrícia Helena Massa, em resposta a questionamento feito pelo GRAPROHAB (órgão estadual de aprovação de projetos), confirmou que projetos urbanísticos devem ser assinados e aprovados por arquitetos, em obediência à Lei Federal 12.378/2010 (criação do CAU) e Resolução n. 51/2013 do CAU/BR, que detalha as atribuições e atividade do arquiteto e urbanista.

Segue trecho do documento CJ/SH nº 434/2015, onde a Procuradora recomenda:

que os projetos urbanísticos e de parcelamento de solos doravante recebidos para análise pelo Órgão devem seguir a disposição normativa em vigor, vale dizer, devem ser elaborados e subscritos por arquitetos, no que toca às áreas de arquitetura e urbanismo, bem assim aqueles que vierem a ser analisados, inclusive com a emissão do correspondente registro de responsabilidade técnica – RRT. (…) Continuar lendo Projetos urbanísticos devem ser feitos e aprovados por arquitetos

Frank Lloyd Wright Home and Studio – Oak Park, Chicago

Frank Lloyd Wright Home and Studio
951 Chicago Ave., Oak Park, Illinois 60302
41.894063, -87.799841 (Datum WGS84)

Frank Lloyd Wright Home and Studio - foto de Ricardo Trevisan
Frank Lloyd Wright Home and Studio – foto de Ricardo Trevisan

Frank Lloyd Wright mudou-se para Oak Park em 1887, onde sua mãe e irmã viviam na casa de uma amiga (Augusta Chapin). Em 1895, ano em que se associou à Luxfer Prism Company, começou a expansão de sua residência para abrigar a família que crescia e seu escritório de arquitetura. Em 1898 foram abertos novos escritórios de Wright em Chicago e Oak Park. Este último apresenta o caráter então radical de seu estilo genuinamente americano.

Wright deixou Oak Park em 1909, quando foi à Europa. Quando retornou aos EUA, estabeleceu-se em Spring Green, Wisconsin.

Dois anos após chegar a Oak Park, Wright construiu uma casa para ele e sua esposa Catherine, que corresponde à porção mais antiga existente nos dias atuais, revestida em madeira. Neste caso, em que Wright era seu próprio cliente, o ornamento se torna unitário com o restante do sistema construtivo, é o mesmo que a arquitetura, a estrutura e o design. Cada parte não pode ser separada.

A casa original de 1889 era típica de sua produção neste período: entrada espaçosa, de onde o visitante é forçado a virar à esquerda para acessar a sala de estar. À frente está a cozinha, e à direita, as escadas para o piso superior, bem iluminada por uma janela no primeiro patamar. Na quina oposta a este ambiente está a sala de jantar formal, com um impressionante trabalho detalhado em madeira presente em vários elementos, do forro ao próprio mobiliário. Acima, na época, estava o único dormitório, banheiro e o estúdio do arquiteto. Continuar lendo Frank Lloyd Wright Home and Studio – Oak Park, Chicago

Quanto custa cada etapa da obra de uma casa?

A construção de uma residência unifamiliar tipo casa tem custos que variam principalmente em função de três elementos:

  • Área construída
  • Padrão de acabamento
  • Complexidade do projeto ou de sistemas construtivos

Ainda assim, cada etapa da obra tem uma incidência mais ou menos estável sobre o custo total, desde que a arquitetura se utilize de sistemas construtivos convencionais e o projeto não tenha nenhuma característica incomum. Estas incidências normais serão:

  1. Projetos e aprovações: 5 a 12%
  2. Serviços preliminares e canteiro de obras: 2 a 4%
  3. Movimento de terra: 0 a 3%
  4. Fundações: 3 a 7%
  5. Estrutura: 14 a 25%
  6. Alvenaria: 3 a 6%
  7. Cobertura: 5 a 10%
  8. Instalações hidráulicas e sanitárias: 7 a 11%
  9. Instalações elétricas: 5 a 7%
  10. Impermeabilização: 2 a 4%
  11. Esquadrias: 4 a 10%
  12. Revestimentos e acabamentos: 15 a 32%
  13. Vidros: 1 a 3%
  14. Pintura: 4 a 6%
  15. Serviços complementares e ligações definitivas: 0,5 a 1%

Mais algumas dicas:

O mínimo de projetos necessários será: projeto legal (de aprovação na prefeitura) e projeto de arquitetura (incluindo a Continuar lendo Quanto custa cada etapa da obra de uma casa?

Cidades jardim do amanhã: uma leitura de Ebenezer Howard

A leitura do livro mais famoso de Ebenezer Howard (Garden cities of to-morrow, de 1898) neste momento histórico brasileiro é no mínimo interessante. Howard, assim como seus contemporâneos utopistas da Inglaterra da virada do século, imaginou um modelo para a cidade industrial que resolvesse as questões de salubridade e qualidade de vida da população operária. Mas a proposta de Howard foi ouvida, ficou famosa, e deu origem às new towns inglesas, cidades jardim, bairros jardim e subúrbios jardim por todo o mundo ocidental. Em São Paulo, os bairros do Pacaembu, Jardim América e Alto da Lapa são exemplos diretos da concretização de seu plano. Raymond Unwin e Barry Parker, discípulos de Ebenezer Howard, vieram da Inglaterra para desenhar estes bairros no planalto paulista.

Mas por que Howard fez tanto sucesso enquanto seus colegas foram relegados ao ostracismo e desapareceram dos livros de história ou teoria do urbanismo? Continuar lendo Cidades jardim do amanhã: uma leitura de Ebenezer Howard

O que é arquitetura pós-moderna?

Ópera de Sydney, Jørn Utzon
Ópera de Sydney, Jørn Utzon
O movimento pós-modernista na arquitetura não deve ser entendido como antítese ao modernismo. Trata-se de sua evolução natural, permeada pela adaptação da arquitetura ao contexto histórico que se consolidou nas décadas finais do século 20. O pós-modernismo como movimento cultural amplo nada tem de pós-capitalista ou pós-industrial, como alguns autores chegaram a colocar.

A arquitetura europeia se ressentiu da massificação na produção de reconstrução do pós-guerra. A reprodução em escala de habitação sem identidade com seu entorno de implantação (modernismo operacional), sofreu severas críticas e virou ícone do esgotamento do movimento moderno.E este foi só o início de um processo que trazia de volta um individualismo subjetivo até então Continuar lendo O que é arquitetura pós-moderna?