Enchentes em São Paulo: resumo do seminário do Instituto de Engenharia

por Ricardo Trevisan
O Instituto de Engenharia promoveu o seminário sobre enchentes na Região Metropolitana no dia 10 de novembro de 2009, cujas anotações pessoais tomadas durante a exposição dos palestrantes são apresentadas Continuar lendo Enchentes em São Paulo: resumo do seminário do Instituto de Engenharia

O conceito cidade-jardim

por Cintia Pessolato Efraim

 

O conceito de garden-city consagrou-se ligado a experiências britânicas do início do século XX e é entendido de formas diversas; acabou sendo popularizado pela associação a uma terminologia, que transita pelos termos cidade-jardim e subúrbio-jardim, nem sempre de maneira precisa. O termo cidade-jardim refere-se a núcleos urbanos, que buscam independência de outras cidades, possuindo planejamento com finalidades sociais amplas e a união entre cidade e campo em um só todo, procurando a harmonia que não existe na cidade industrial. Já o subúrbio–jardim constitui uma extensão de uma Continuar lendo O conceito cidade-jardim

Como construir em terrenos acidentados

DIREITOS AUTORAIS PROTEGIDOS NA FORMA DA LEI. CITE A FONTE.

por Ricardo Trevisan, arquiteto

Os terrenos acidentados são críticos para a implantação, exigem maior cuidado e investimento. Quase sempre existe solução, o problema é o quanto você pode gastar.

A estratégia mais inteligente é utilizar o menor número possível de apoios, pois o custo elevado é de cada fundação, e não do sistema estrutural como um todo. Por isso nós arquitetos preferimos modelos estruturais suspensos e com poucos blocos de apoio.

A arquitetura pode ter uma complexidade espacial de forma independente do terreno e se aproveitar da vista oferecida pela inclinação do terreno. A dificuldade de execução da obra pode ser recompensada por um resultado final que valoriza seu patrimônio. O design e a arquitetura agregam valores intangíveis ao imóvel que podem elevar significativamente seu valor de mercado e aumentar a liquidez de revenda.

 

casahelioolga.jpg
Casa Hélio Olga, com um mínimo de apoios no solo. Projeto arquitetônico de Marcos Acayaba

 

corteacayaba.jpg
O segredo são os poucos pontos de apoio. Projeto arquitetônico de Marcos Acayaba.

 

A movimentação de terra em situações assim é sempre complexa. Além disso, alterar a morfologia natural do terreno tira a capa vegetal da superfície que é justamente o que o estabiliza. Quando isso acontece, passam a ser necessários muros e paredes de contenção, elementos que aumentam muito o custo da obra. Procure sempre manter o perfil do terreno o mais natural possível – mas isso depende de estudos técnicos, porque alguns terrenos exigem intervenção para estabilização.

 

villaamanzi.jpg
Villa Amanzi, acomodações em Phuket, Tailândia. Projeto arquitetônico de Adrian McCarroll, Waiman Cheung, Jamie Jamieson

 

E qual terreno vale a pena? Como saber se o custo será muito elevado? E como saber se as condições técnicas de construção são viáveis? Não há como fazer mágica: será necessário fazer, no mínimo, uma sondagem. Às vezes também precisaremos de um teste de cisalhamento do solo, ou do parecer e orientação técnica de um especialista.

Sugiro que, antes de comprar o terreno, seja feita uma vistoria com um arquiteto. Será mais barato que ficar com um problemão, e esclarecerá as possibilidades de execução da obra.

Leia também: Como escolher um terreno para construir

Gabriel Bolaffi: “Urban Planning in Brazil"

Gabriel Bolaffi “Urban Planning in Brazil: past Experience, current trends” (tradução parcial – primeira parte)

Publicada em: Habitat International vol. 16, N° 2, p. 99 a 111, 1992.
Tradução de Ricardo Trevisan

(p.99) Até o golpe militar 1964 não havia uma política nacional de planejamento urbano, apenas experiências pontuais de planejamento e desenho urbano ou experiências de renovação em várias cidades brasileiras. O Rio de janeiro foi completamente redesenhado e reconstruído no início do séc. XX segundo o padrão Haussmaniano em voga na época. No caso do Rio, foi feito por várias razões inclusive dar um aspecto Europeu à capital federal, expelir as classes “infectas e perigosas” da região central da cidade e implementar medidas sanitárias contra a febre amarela.

Continuar lendo Gabriel Bolaffi: “Urban Planning in Brazil"

O ambiente imobiliário brasileiro

por Ricardo Trevisan

O ano de 2008, até o mês de setembro, foi muito positivo para as incorporadoras brasileiras, em prosseguimento a uma tendência de crescimento do mercado imobiliário iniciada em anos anteriores devido a vários fatores, alguns deles abaixo descritos.

Nesse período, houve ampliação de oferta de crédito para a construção civil e para a aquisição da casa própria. Houve também extensão das políticas públicas do governo federal para a redução do déficit habitacional brasileiro (estimado em 8 milhões de unidades habitacionais[1]).

Simultaneamente à crescente oferta de crédito, o país começou a vivenciar uma redução das taxas básicas de juros. Entre setembro de 2005 e março de 2008, a taxa Selic (meta) caiu de 19,75% a.a. para 11,25% a.a.[2]. Como resultado desses dois fatores, uma parcela maior da população passou a ter acesso ao financiamento bancário para a aquisição da casa própria, principalmente os segmentos mais populares que ficaram sem alternativas viáveis após a extinção do Banco Nacional da Habitação – BNH em 1986. Este segmento representa, teoricamente, um mercado de rentabilidade menor, porém Continuar lendo O ambiente imobiliário brasileiro