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por Ricardo Trevisan, arquiteto
Os terrenos acidentados são críticos para a implantação, exigem maior cuidado e investimento. Quase sempre existe solução, o problema é o quanto você pode gastar.
A estratégia mais inteligente é utilizar o menor número possível de apoios, pois o custo elevado é de cada fundação, e não do sistema estrutural como um todo. Por isso nós arquitetos preferimos modelos estruturais suspensos e com poucos blocos de apoio.
A arquitetura pode ter uma complexidade espacial de forma independente do terreno e se aproveitar da vista oferecida pela inclinação do terreno. A dificuldade de execução da obra pode ser recompensada por um resultado final que valoriza seu patrimônio. O design e a arquitetura agregam valores intangíveis ao imóvel que podem elevar significativamente seu valor de mercado e aumentar a liquidez de revenda.
A movimentação de terra em situações assim é sempre complexa. Além disso, alterar a morfologia natural do terreno tira a capa vegetal da superfície que é justamente o que o estabiliza. Quando isso acontece, passam a ser necessários muros e paredes de contenção, elementos que aumentam muito o custo da obra. Procure sempre manter o perfil do terreno o mais natural possível – mas isso depende de estudos técnicos, porque alguns terrenos exigem intervenção para estabilização.
E qual terreno vale a pena? Como saber se o custo será muito elevado? E como saber se as condições técnicas de construção são viáveis? Não há como fazer mágica: será necessário fazer, no mínimo, uma sondagem. Às vezes também precisaremos de um teste de cisalhamento do solo, ou do parecer e orientação técnica de um especialista.
Sugiro que, antes de comprar o terreno, seja feita uma vistoria com um arquiteto. Será mais barato que ficar com um problemão, e esclarecerá as possibilidades de execução da obra.
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