Como o risco fiscal afeta a construção civil

Estamos vivendo tempos de fortes solavancos na economia, com disparadas do dólar e fortes quedas na bolsa. Entre as causas domésticas para isso, certamente o risco fiscal é o mais relevante. Já faz alguns anos que o Brasil não consegue equilibrar bem essas contas, e os investidores passam do receio à desconfiança de que, em algum momento, o governo pode não conseguir honrar com seus compromissos financeiros. A incerteza faz com que investimentos domésticos sejam reduzidos, parte dos recursos vai para o exterior. Resultado, o real se desvaloriza, a inflação aumenta. E a insegurança faz com que o custo de capital se eleve, ou seja, os juros sobem. E fica mais difícil ainda ao Tesouro Nacional cumprir com suas obrigações, principalmente com relação à dívida interna e remuneração de títulos públicos. Pronto, está criado o círculo vicioso.

Mercado Imobiliário

E como isso afeta a construção civil? De diversas formas, e o impacto não é pequeno. Além dos impactos gerais que os manuais internacionais de economia apresentam, ainda há de se considerar as especificidades nacionais. A principal delas, o funding para o crédito imobiliário. O Brasil financia suas operações imobiliárias a partir de diversas fontes de recursos, das quais se destacam duas muito relevantes: o Fundo de Garantia do Trabalhador (FGTS) e as cadernetas de poupança (SBPE). Vejamos como o atual cenário de incerteza fiscal pode afetar cada um deles: Continuar lendo Como o risco fiscal afeta a construção civil

A hora e a vez dos fundos imobiliários

Os fundos de investimento imobiliário (FII) estão se popularizando numa velocidade impressionante: de aproximadamente 10 mil investidores em janeiro de 2010, saltamos para mais de 285.000 em 2019 (um crescimento superior a 2.700%!). Além disso, o momento de maior evolução é justamente o atual: não é incomum termos aumento do número de investidores superior a 13% ao mês (sim, é um ritmo de crescimento superior ao da economia chinesa). Hoje existem 173 FIIs listados na bolsa brasileira (B3), cujo valor de mercado pulou de R$ 25 bilhões em 2015 para R$ 54 bilhões (fevereiro de 2019) [1].

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Evolução do número de investidores em maio de 2019. Fonte: fiis.com.br / B3

Mas por que tanta gente está buscando esse tipo de investimento? O que há de tão atraente nos fundos imobiliários? E por que essas mesmas pessoas estão retirando seu dinheiro de outros tipos de investimento que eram interessantes até pouco tempo atrás? Continuar lendo A hora e a vez dos fundos imobiliários