Avaliação de empresas maduras

Quando a empresa entra em estágio de maturidade, diversas variáveis tendem a se estabilizar. Entre elas, ROI e taxa de crescimento, as quais vimos em detalhe no texto anterior. Quando isso acontece, conseguimos reduzir o cálculo do valor da empresa a uma equação simples.

Considere, para isso, o NOPAT como o lucro operacional líquido de tributos no período imediatamente anterior, como a taxa de crescimento estabilizada da empresa, e WACC como o custo médio ponderado de capital. Assim, teremos como obter o valor intrínseco da empresa ou do empreendimento por meio da seguinte equação: Continuar lendo Avaliação de empresas maduras

Crescimento, ROI e fluxo de caixa: interdependência na avaliação

Existe uma identidade entre esses três elementos, cuja observação é fundamental para a avaliação de uma empresa ou empreendimento. Quando “desmontamos” o fluxo de caixa de forma a observar à parte crescimento da receita e ROI, isso nos permite observar os fundamentos de base do desempenho da empresa.

O crescimento do fluxo de caixa, por si só, não diz muita coisa sobre seu desempenho, mas quando observamos o quando o empreendimento está gerando de crescimento anual de receita, e qual será o retorno sobre o capital investido, conseguimos avaliar seu desempenho econômico-financeiro. Continuar lendo Crescimento, ROI e fluxo de caixa: interdependência na avaliação

Medindo o retorno de uma empresa

O valor intrínseco de uma empresa ou empreendimento está associado à sua capacidade de geração de caixa futuro, isso é fato e já repetimos aqui muitas vezes. Daí vem o método de avaliação pelo fluxo de caixa descontado (FCD). Porém, o resultado de caixa não traduz adequadamente o resultado que está sendo gerado, uma vez que muitas vendas são feitas a prazo, podem existir estoques e outros ativos realizáveis a longo prazo (ARLP). Ou seja, o fluxo de caixa não é a melhor ferramenta para medir a rentabilidade do empreendimento em operação.

A ferramenta adequada para isso é o retorno sobre o investimento (ROI), a qual mede de forma o quanto está sendo obtido de retorno em relação ao investimento total feito, ou seja, incluindo os investimentos realizados por acionistas e credores somados. Este investimento total feito é de simples identificação, trata-se do ativo total do empreendimento (incluindo o investimento em capital de giro) – as análises do ativo são também conhecidas como análises de decisões de investimento. Continuar lendo Medindo o retorno de uma empresa

O que é avaliação de empreendimentos pelo método da renda

A avaliação de imóveis e empreendimentos é regrada no Brasil pela norma técnica ABNT NBR 14.653, a qual observa também as melhores práticas internacionais. Qualquer imóvel que não gera renda é avaliado considerando a hipótese de venda (liquidação de ativos).

Porém, quando o bem gera renda, surge um novo entendimento sobre sua avaliação, porque passa a ser observado enquanto empreendimento (regrado pela parte 4 da norma ABNT NBR 14.653). Isso acontece porque a hipótese de sua venda pode não fazer sentido: num empreendimento, sua operação aproveita a sinergia entre todos os ativos envolvidos de forma a gerar um resultado superior à soma do valor de mercado de todas as suas partes componentes.

A diferença entre esse valor criado pelo empreendimento (criação de riqueza) e o valor da soma de todos os seus ativos tem sido estudada pelas ciências econômicas há muito tempo. Exemplificando apenas alguns conceitos, o Q de Tobin é um quociente obtido pela divisão do valor de mercado do empreendimento em operação (Vo) pela soma de seus ativos, com o objetivo de mensurar o quanto o empreendimento é capaz de criar riqueza em relação a seu ativo enquanto multiplicador: Continuar lendo O que é avaliação de empreendimentos pelo método da renda

Arquitetura popular brasileira – indicação de livro

Arquitetura popular brasileira. Livro. Günther Weimer

Este é, sem dúvida alguma, o livro mais interessante que já li sobre o tema, a começar pelo título. Günther Weimer constrói uma argumentação contra a tradicional arquitetura vernacular. E logo as primeiras páginas já valem o livro, trazem um interessante estudo sobre nossas influências culturais a partir das raízes mais antigas de nossa formação étnica, começando pela migração de povos asiáticos para a América do Norte e de lá descendo até nossas terras para formar nossos primeiros povoamentos indígenas, milhares de anos atrás.

Daí em diante, é impossível largar essa obra: aborda as origens do que chamamos de influência européia, a identificação da diversa e rica contribuição africana e as demais correntes imigratórias que recebemos mais fortemente nos últimos 150 anos. Weimer também identifica de forma precisa manifestações construtivas desprezadas pelo poder dominante, incluindo equívocos de se associar adaptações locais de técnicas ancestrais milenares de alhures em nossas terras, tais como as palafitas e a busca pelo contato com a água. Continuar lendo Arquitetura popular brasileira – indicação de livro