Muitos estudos já produzidos sobre o financiamento de empresas (especialmente a estrutura de capital) ganharam relevância ao introduzir novos conceitos. Um dos mais importantes certamente é a proposição de irrelevância de capital de Modigliani e Miller, de 1958. Segundo esse trabalho, as decisões de financiamento de uma determinada firma não afetariam seu valor, pois este seria decorrente das decisões de investimento. Ou seja, a criação de valor proviria de como a empresa aplica este capital e não de como o obtém. Isto significaria também a inexistência de uma estrutura ótima de capital.
Esta proposição de Modigliani e Miller, também conhecida como proposição I, é bastante convincente, e conclui que a empresa alavancada (financiada inclusive por capital de terceiros) tem o mesmo valor que aquela financiada apenas por capital próprio (por sócios e acionistas).
A principal argumentação de M&M é impressionante por sua simplicidade, e ficou conhecida como alavancagem por conta própria. A consideração é que, se a empresa alavancada (com capital de terceiros em seu passivo) tivesse preço mais elevado que a não alavancada, um investidor agindo racionalmente tomaria dinheiro emprestado para comprar ações de empresas não alavancadas.
Lembre-se que essa proposição foi construída com o pressuposto de mercados eficientes, definido da seguinte forma:
“(…) Mercados eficientes de capitais são aqueles nos quais os preços correntes de mercado refletem as informações disponíveis. Isso significa que os preços correntes de mercado refletem o valor presente dos títulos, e que não há maneira alguma de obter lucros extraordinários com o uso das informações disponíveis.”
Ross et alii. Administração Financeira. Corporate Finance. São Paulo: Atlas, 2001. p. 277.
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Leia o texto completo sobre financiamento de incorporadoras brasileiras no livro Estrutura de capital de incorporadoras brasileiras: Teoria de Pecking Order (veja aqui).
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