Continuamos agora o assunto que iniciamos em Mercado Financeiro. Os instrumentos financeiros são os ativos negociados, basicamente divididos em:
- Instrumentos de dívida: o devedor assume a obrigação fixa de pagamento para o credor. Portanto, a rentabililidade não flutua (daí, renda fixa). São as debêntures, notas promissórias, etc.
- Instrumentos de participação: o aplicador de recursos passa a participar dos resultados do negócio financiado. Como os resultados variam (flutuam), a renda acompanha (renda variável). São as ações, opções, mercados futuros, etc.
- Intermediários: são as debênturescom limites de remuneração mínima (floor) e máxima (caps).
Os instrumentos são emitidos e lançados ao mercado uma única vez. Quando o aplicador adquire esses instrumentos dessa forma, trata-se de mercado primário. Daí em diante, esses mesmos instrumentos passam a ser negociados entre terceiros, no mercado secundário. Eventuais ganhos patrimoniais no mercado secundário não trazem benefícios diretos ao emissor, mas sim indiretos, indicando apreciação de valor de mercado do objeto securitizado (esse termo, mal traduzido, vem do inglês security, que significa título). A imprensa tem dificuldade em compreender isso, como já apontamos antes no caso do IPO do Facebook.
Os títulos devem ser negociados de forma pública e transparente para que o valor de mercado seja honestamente apontado. A função das bolsas de valores é promover liquidez aos títulos e transparência aos agentes quanto a seu real valor de mercado. Atualmente temos apenas a Bovespa no Brasil, mas nada impede que surjam outras bolsas de valores em território nacional.