O que é mercado financeiro?

O mercado financeiro é onde se intermediam instrumentos financeiros, mas existem duas espécies para este gênero:

  1. Mercado monetário, onde se negociam instrumentos monetários: letras de câmbio e commercial papers, por exemplo. É, em geral, o mercado de curto prazo.
  2. Mercado de capitais, de maior prazo, trata da intermediação de títulos (bonds), debêntures (títulos de dívidas de empresas privadas), ações, etc.

O mercado financeiro surge com os excedentes das famílias, em geral monetários. No ciclo da renda na economia, as famílias recebem salários, aluguéis e lucros, por exemplo. E utilizam esse recurso para suas necessidades e desejos: alimentação, moradia, saúde, estudos, transporte. Após esses desembolsos, o que sobra (se sobrar, é claro) é a poupança das famílias (savings). Esta, quando levada ao mercado financeiro, pode gerar um adicional à renda citada acima, através de recebimento de juros ganhos de capital.

Este mercado, como qualquer outro, tem de um lado alguém que deseja alguma coisa, e, de outro, alguém que tem essa mesma coisa disponível para a troca. Quando ambos chegam a um consenso, há uma dupla coincidência de vontades, e a transação é realizada. Quando essa coisa a ser transacionada é um instrumento financeiro, o ofertante é o poupador, quem tem o recurso disponível. O demandante é chamado de investidor, porque os economistas consideram investimento a aplicação destes recursos na criação de riquezas para o país (contribuição para o PIB futuro). A aplicação financeira troca a moeda de mãos, mas não produz, por si só, produto nacional.

No caso do mercado financeiro, há a possibilidade (muito forte, por sinal) de haver um intermediário entre o poupador (ofertante) e o investidor (demandante). Esses intermediários, em geral, são os bancos. A vantagem do intermediário é a possibilidade de aglutinação de várias poupanças, formando um bolo maior para dar acesso a investimentos que o poupador individual não alcançaria. Esta é a lógica dos Fundos de Investimento Imobiliário (FII), por exemplo. O intermediário arca com os riscos do empréstimo, e cobra uma taxa por isso. Esses produtos chegam a nós, pessoas físicas, na forma de poupança, fundos, CDB, etc. Quando há o intermediário, o aplicador enfrenta dois riscos: o do investimento propriamente dito (final) e do intermediário. Este último pode ser parcialmente mitigado pelo Fundo Garantidor de Créditos – FGC, mas apenas até um certo montante.

Há também a possibilidade do poupador emprestar diretamente ao investidor. É o caso das debêntures e do Tesouro Direto, por exemplo. A vantagem desse formato é não ter que pagar as taxas do intermediário, e ficar com a rentabilidade integral da aplicação. A desvantagem é não ter com quem dividir o risco do empréstimo.

As ações não entram nessas categorias porque são aquisição de propriedade. Apesar de renderem juros também (Juros sobre o Capital Próprio – JCP), sua essência está em outros tipos de ganhos: dividendos (distribuição de lucros aos acionistas) e ganho de capital (quando há venda com apropriação de valorização patrimonial).

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