O que motiva o ser humano para o trabalho não é o dinheiro. Podem ser espantosos os resultados de pesquisas sobre o assunto que são realizadas desde os anos 1950 até a atualidade. Não é incomum trabalhadores trocarem de emprego para ganhar menos, principalmente aqueles envolvidos com atividades cognitivas, como os arquitetos. Isso deixa muita gente confusa. Inúmeras pesquisas mostram que a motivação humana depende do ambiente em que a pessoa está inserida – se o ambiente muda, a motivação também muda.
Só há uma pessoa capaz de criar motivação: ela própria. O máximo que se pode fazer externamente é criar as condições para que seus potenciais embriões se desenvolvam, nada mais. Quando o ser humano define uma meta a ser perseguida, define também um determinado volume e intensidade de esforços a serem alocados nessa missão.
Muitas pesquisas sobre o assunto se realizaram na década de 1950, em especial nos EUA. Uma das pioneiras foi a de Abraham Maslow[1] chamada Teoria da hierarquia das necessidades. Segundo Maslow, as necessidades humanas podem ser hierarquizadas em cinco níveis, correspondentes a cinco grupos. Diz que procuramos suprir tais necessidades respeitando tal hierarquia. Do mais elementar ao mais elevado, as necessidades são divididas nos seguintes grupos:
- Fisiológicas: necessidade de matar a fome, a sede, de urinar, etc.
- Segurança: necessidade de proteção à integridade física e emocional
- Associação: necessidade gregária, de fazer parte de um grupo, ser aceito e reconhecido como membro
- Estima: necessidade de reconhecimento pelo grupo das qualidades individuais, seja por status, por atenção ou outra forma de valorização e destaque
- Auto-realização: necessidade de plenitude na utilização dos potenciais individuais, crescimento e desenvolvimento individual em níveis elevados
Hierarquia de necessiddes de Maslow
Muitos aspectos da teoria de Maslow vem sendo confirmada por muitas pesquisas posteriores, mas recentes conclusões dizem que as necessidades não são necessariamente hierarquizadas dessa forma, pelo menos não de forma universal.
Alguns anos mais tarde, Douglas McGregor[2] propôs uma teoria dualista do ser humano, formalizando uma visão negativa e outra positiva a seu respeito. Ambas foram baseadas em um conjunto de premissas observadas em executivos ao formar suas diretrizes de comportamento e tentativas de moldar o comportamento alheio. A primeira visão (Teoria X) é a do ser humano preguiçoso, da necessidade de coagir, ameaçar e controlar. Inclui a imagem do ser que evita responsabilidades e coloca a segurança acima das outras necessidades no ambiente de trabalho. A segunda visão (Teoria Y) vê o ser que encara o trabalho com naturalidade, comprometida com seus objetivos, auto-orientada, que busca e aceita a responsabilidade, capaz de inovar em suas decisões. McGregor acreditava que as elementos da Teoria Y são mais fortes que os da Teoria X na formação do comportamento humano. Portanto, ao inverter seus níveis, foi um dos primeiros a criticar a hierarquização colocada por Maslow. […]
[1] Maslow, 1954.
[2] McGregor, 1960
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Ótimos textos. Ia fazer um comentário sobre a pirâmide de Maslow mas você já bem destacou no texto. Alguns estudos tem mostrado que esta ordem racional das coisas (do fisiológico a auto-realização) não tem se mostrado tão lógica assim. Necessidades de reconhecimento social, estima e auto-realização tem se misturado muito com as necessidades de segurança e fisiológica. Aquisições de celulares, carros e roupas fora dos padrões econômicos de determinadas camadas sociais vem tornando isso bem claro. A classe D também quer tv LED de 40 polegadas e “Uatisap” no celular. heheheh
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