O programa habitacional do governo federal não analisa a qualidade dos projetos, apenas outros aspectos burocráticos. Portanto, um projeto ruim, se atender a uma série de entrega de documentos, é aceito. Além disso, a baixa qualidade de projeto é institucionalizada: vários documentos e páginas oficiais na internet mostram conjuntos sem qualquer preocupação quanto à extrema repetitividade de edifícios genéricos, como que
uma exaltação da vitória da quantidade sobre a qualidade. Esse é o motivo do programa ter projetos tão repetitivos, massificantes e sem absolutamente qualquer consideração pelo local de implantação (aliás, já falamos sobre isso aqui).
A baixa qualidade dos conjuntos habitacionais do programa Minha Casa Minha Vida inevitavelmente lembra o que Já se chamou de modernismo operacional, ao se referir à produção massificante do pós-guerra europeu.
E não se pode dizer que o Brasil não tenha soluções melhores. A prefeitura de São Paulo, por exemplo, produziu conjuntos habitacionais de qualidade projetual e de escala na gestão que se encerrou em 2012. Vários projetos tinham leituras adequadas da escala urbana do empreendimento, respeitaram o entorno e apresentaram qualidade intrínseca em seus edifícios. O governo federal poderia aprender muito com eles…

do Minha Casa Minha Vida

. Projeto de Hector Vigliecca
Um comentário sobre “Por que os projetos do Minha Casa Minha Vida são tão ruins?”