Já falamos por aqui que a modelagem é uma simulação do plano de negócios (aspectos financeiros) da concessionária que futuramente assumirá a responsabilidade pela prestação dos serviços públicos. Neste contexto, buscamos identificar o menor retorno aceitável para a viabilidade do projeto. Portanto, todos os indicadores de retorno da concessionária nos interessa, do ponto de vista do poder público, para que possamos modelar um valor de referência para licitação que não seja alto (deixe dinheiro na mesa a favor do privado) nem baixo (inviabilize a prestação do serviço) demais.
Um dos indicadores de retorno mais importantes e observado por todo o mundo é a medição do quanto a concessionária receberá (E = earnings) em sua atividade operacional isentadas as variáveis locais e daquela economia doméstica específica, de forma a facilitar a comparação internacional de eficiência operacional. Ou seja, é observado o indicador dessas receitas (E) antes (B = before) que sejam deduzidas essas variáveis locais, ou seja, antes da consideração de pagamento de juros (I = interest), tributos (T), depreciação (D) e amortizações (A). Este é o EBITDA.
Antes de avançarmos no detalhamento de como o EBITDA é observado na modelagem, vejamos primeiro sua localização na construção de nosso exemplo simplificado:
Nas palavras de Alexandre Assaf Neto:
“O EBITDA revela a capacidade operacional de uma organização em gerar caixa em determinado período. […] Não são considerados a depreciação (amortização e exaustão) por tratar-se de despesas não desembolsáveis e sem reflexos no caixa, as despesas financeiras […] por não terem relação com a atividade operacional da empresa (são determinadas por decisões de financiamento, e não de ativo) e impostos sobre o lucro (IR e CSLL).” [1]
O EBITDA também funciona bem como uma base estimativa de valor da empresa por múltiplos. É comum que, em determinado setor, seja viável considerar uma ordem de grandeza para tal avaliação, ou seja, de n EBITDAs, sendo n um multiplicador estimado a partir da experiência adquirida com muitas avaliações fundamentalistas naquele setor.
Saiba mais:
MEF: visão geral
MEF: custo e estrutura de capital
MEF: concessão patrocinada
MEF: origem das variáveis para custo de capital
MEF: tributos sobre a receita
MEF: tributos sobre o lucro
MEF: ressarcimentos
MEF: investimento diferido
MEF: capital de giro
MEF: cálculo do WACC
MEF: agência reguladora
MEF: análise de sensibilidade
[1] ASSAF NETO, A. Valuation: métricas de valor & avaliação de empresas. São Paulo: Atlas, 2014. p.28.





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