Modelagem econômico-financeira: capital de giro

MEF: Capital de Giro

Até agora, modelamos as finanças de uma concessão hipotética considerando o fluxo perfeito de casamentos entre receitas e desembolsos, até o último centavo, nas datas certas, de forma que a concessionária não precisasse ter qualquer folga financeira de caixa em momento algum. Obviamente isso é irreal.

Para corrigir isso, deixando a modelagem mais próxima à realidade, adicionamos a este fluxo uma necessidade de capital de giro líquido (NCG). Este montante é uma disponibilização periódica de liquidez ao caixa, que em tese não será consumido no longo prazo. Fará efeito no fluxo de caixa, uma vez que esse recurso poderá estar imobilizado nesses descasamentos financeiros nos momentos que passamos de um período para o seguinte. Perfeito, pois esta é a exata função do capital de giro.

Adicionaremos agora essa consideração ao nosso exemplo (vide posts anteriores). Considerarei, a título de exemplo, a necessidade de capital de giro (NCG) correspondente a 1% da receita bruta a cada período. Vejamos seus efeitos em termos de redução na contraprestação pecuniária a ser paga pelo município, já aplicado o “Atingir meta” para manter VPL igual a zero, conforme explicamos anteriormente:

Repare que, apesar de ser uma necessidade financeira relativamente pequena, impacta o valor da contraprestação pecuniária a ser paga periodicamente pelo município. Será exatamente essa a necessidade de capital de giro da concessionária? Impossível saber, pois estamos apenas modelando uma situação hipotética e perseguindo a maior aderência possível à realidade.

O ideal é manter, ao longo da estruturação, diálogos com potenciais investidores de forma a levar à licitação uma oportunidade atraente o suficiente para termos vários licitantes no processo, pois a competição do certame tenderá a trazer eventuais considerações irreais não detectadas ao patamar de racionalidade do investidor privado. Ganhamos todos, pois o menor preço (menor contraprestação) significará menor desembolso público com a prestação do serviço concedido.

Saiba mais:

MEF: visão geral
MEF: custo e estrutura de capital
MEF: concessão patrocinada
MEF: origem das variáveis para custo de capital
MEF: tributos sobre a receita
MEF: tributos sobre o lucro
MEF: ressarcimentos
MEF: investimento diferido

O que é PPP

PPP Habitacional no Brasil

Concessões de iluminação pública no Brasil

5 comentários em “Modelagem econômico-financeira: capital de giro”

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