Parece que a prefeitura de São Paulo não entendeu muito bem o objetivo de uma Operação Urbana. Há tantas sendo previstas no município que uma grande parte do território do centro expandido estará dentro de operações urbanas! O conceito de foco num território para recuperá-lo promovendo desenvolvimento social, ambiental e econômico não funciona desse jeito. Aparentemente a prefeitura está entendendo este instrumento como uma ferramenta arrecadatória, mais uma vez sem transparência tributária para o consumidor final. Operação Urbana não é um instrumento para tributar o desenvolvedor imobiliário, é muito mais do que isso. Veja outro post deste blog que explica isso. É uma excelente oportunidade do poder público se beneficiar da mais-valia produzida pela valorização imobiliária especulativa.
Um ótimo exemplo de operação urbana é a recuperação de Beirute (projeto Solidere), que conseguiu reconstruir uma cidade destruída pela guerra em poucos anos (menos de quatro anos) com investimentos privados organizados em forma de aplicação em títulos mobiliários (de onde vem a ideia dos CEPAC). Todos saíram ganhando: o investidor privado, a cidade, a sociedade libanesa. Todos tiveram lucros. Como? A apreciação do valor da terra urbana foi socializado. Ou seja, a cidade criou valor.
Esta visão a prefeitura de São Paulo parece não ter.
Um comentário sobre “Quantas Operações Urbanas cabem em São Paulo?”