[e] Motivação

O conceito indica causas (motivos) que produzem um determinado comportamento. Possui três propriedades:

  • direção (objetivo do comportamento)
  • intensidade (magnitude da motivação)
  • permanência (duração da motivação)

A motivação é sempre específica, para um determinado objetivo. Estar motivado para alguma coisa não significa estar motivado de forma geral, incluindo outras.
Existem dois grandes grupos de teorias sobre motivação: as teorias de processo, que explicam o funcionamento de mecanismos da motivação, e as teorias de conteúdo, que explicam motivos específicos que fazem o ser humano agir. As principais teorias de processo são: Continuar lendo [e] Motivação

[e] Enfoque comportamental

Sob a perspectiva comportamental, a organização é vista como um sistema social, formado por pessoas e suas necessidades, sentimentos e atitudes, os quais influenciam os comportamentos enquanto integrantes de grupos. Este sistema social tem tanta ou até mais influência sobre o desempenho global da organização que o seu sistema técnico.
Existem, sob esta ótica, dois temas básicos a observar:

  1. Características que diferenciam as pessoas umas das outras
  2. Comportamento coletivo das pessoas em grupos

O estudo desses dois temas é chamado comportamento organizacional. A corrente de autores que enfatizam pessoas e seu bem-estar nas organizações tem antecedentes muito antigos, e ganhou força durante a Revolução Industrial. Neste último período, as difíceis condições de trabalho motivaram algumas pessoas e instituições a tentar melhorá-las. Destes movimentos surgiram cinco grandes tendências principais:

  • a ação dos sindicatos
  • as experiências humanistas de utopistas – como Robert Owen – e da Fundição Soho,
  • o marxismo
  • a doutrina social da Igreja, cuja encíclica de 1891 rejeita as teses socialistas e assume posição clara a favor da justiça social
  • o pensamento humanista na escola clássica, cujo possível destaque é o inglês Oliver Sheldon, o qual propôs, já em 1923, ideias avançadas como organização local dos trabalhadores pelos próprios trabalhadores, participação nos lucros, e salários que permitissem elevado padrão de vida

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[e] A administração da qualidade

A visão técnica de engenharia tende a ver a qualidade em termos de especificações, o conjunto de características de um produto ou serviço que os descrevem em termos de utilidade, desempenho ou de atributos. Também chamada de qualidade planejada, tem como contrapartida o que o cliente efetivamente recebe (qualidade real) – quanto mais próximas as duas estiverem entre si, maior a qualidade do produto ou serviço. Esta qualidade é também chamada de qualidade de conformação, de conformidade ou de aceitação.

Qualidade também significa regularidade, redução da variação em qualquer processo de trabalho. Este conceito está associado ao de confiabilidade.

Segundo a visão do cliente, qualidade recebe outra definição adicional: a de adequação ao uso (fitness for use), conforme definição de Joseph M. Duran, com dois significados: qualidade de projeto e ausência de deficiências.

Os investimentos necessários para o alcance a manutenção da qualidade são chamados de custos da qualidade e incluem o funcionamento do sistema da qualidade e evitar os custos de não haver qualidade. Estes custos dividem-se em duas categorias: custos de prevenção e custos de avaliação.

O controle da qualidade passou por três grandes períodos ao longo da história:

  1. Era da inspeção: separar o produto bom do defeituoso. Existe desde antes da Revolução Industrial, pois o artesão tinha interesse genuíno em seguir especificações rigorosas, seguindo suas próprias exigências estéticas ou com o objetivo de impressionar positivamente os clientes. Presente até hoje na produção utilitária ou artística. No início do século XX surgiu o inspetor da qualidade com essa função, desvinculado hierárquica e funcionalmente do supervisor. Mais tarde, esse inspetor se transformou num departamento de controle da qualidade
  2. Era do controle estatístico: com a produção em massa industrial a inspeção de todos os produtos da linha de montagem se tornou impossível. Como solução ao problema, surgiu em 1924, com Walter A. Shewhart, dos Laboratórios Bell, a inspeção por amostragem, cujas propriedades observadas são estendidas ao lote do qual foi extraída a amostra. Utiliza-se uma carta de controle que informava visualmente os desvios dos elementos observados e os limites de tolerância
  3. Era da qualidade total: Armand Feigenbaum apresentou este conceito em 1961, partindo do interesse do cliente. Isto significa ir muito além da conformidade com as especificações e rigoroso controle dos processos. Inclui um sistema da qualidade que permeia toda a organização – a qualidade é problema de todos, envolve toda a operação da empresa e exige visão sistêmica. Neste sistema, o fator humano é primordial, pois, no final das contas, todo produto ou serviço é realizado por um par de mãos humanas. Depende, portanto, de participação e apoio de pessoas.

A qualidade deve estar embutida no produto ou serviço desde o início, sempre do ponto de vista do cliente, abrangendo todos os estágios do ciclo de produção, dos quais Feigenbaum elencou oito: Continuar lendo [e] A administração da qualidade

[e] A evolução da Escola Clássica

O século XX viu o surgimento de grandes empresas e, com elas, maior demanda por organização além do chão de fábrica. Naquele momento histórico ficou evidente a necessidade de um sistema de conhecimentos para a totalidade das operações organizacionais. Surgiram então, dentro dessas mesmas empresas, soluções para a organização interna e a profissionalização de sua administração, condições básicas para o crescimento sustentado de qualquer tipo de organização, independente de quem a administrasse. O final da década de 1920 viu o surgimento de duas importantes referências: Pierre du Pont (1870 – 1954) e Alfred Sloan (1875 – 1966).

Du Pont criou e implantou técnicas de administração, finanças e operações em duas grandes corporações: DuPont e General Motors. A primeira, fundada em 1802, cresceu rapidamente como fabricante de pólvora. Pierre assumiu sua presidência em 1915 e conduziu sua ampliação, modernização e diversificação, comprou outras empresas do mesmo ramo e expandiu negócios para a indústria química. As soluções criadas para a administração do conglomerado só precisariam ser revistas meio século depois. Ele introduziu o conceito de retorno sobre o investimento (return on investment, ROI) cuja forma de cálculo é hoje conhecida como fórmula DuPont.

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[e] De Henry Fayol a Peter Drucker

O engenheiro francês Henry Fayol publicou, em 1916, os princípios do processo administrativo:

  1. a administração é função distinta das demais funções da empresa (como operação, finanças, comercial, contabilidade, técnica, etc.)
  2. a administração compreende cinco funções: planejamento, organização, comando, coordenação e controle

Segundo Fayol, a administração é uma atividade comum a todos os empreendimentos humanos (família, negócios, governo), portanto todos deveriam estudá-la. Propôs também que a empresa é um sistema racional de regras e de autoridade com o objetivo primário de fornecer valor a seus consumidores. Seu pioneirismo reside na visão de que a administração deveria ser vista como função separada das demais funções da empresa, com maior impacto quando há separação do trabalho dos administradores das atividades operacionais. Como a separação de funções não significa obrigatoriamente a separação de pessoas, este princípio se aplicaria à prestação de serviços em organizações pequenas, como escritórios de arquitetura com reduzido número de colaboradores.

Fayol elencou dezesseis papeis dos gerentes: Continuar lendo [e] De Henry Fayol a Peter Drucker