Os sistemas construtivos tradicionais são ainda aplicados em grande parte das obras no Brasil, apesar de sua dificuldade de manutenção, necessidade de quebrar revestimentos quando há algum problema, dos desperdícios de materiais e retrabalho, entre inúmeras outras desvantagens conhecidas há muito tempo. Quando se trata de sistemas hidráulicos, sanitários, drenagem e tubulação de gás, essas características se aguçam ainda mais.
Existe pelo menos uma alternativa viável, a custo acessível e fácil de encontrar. É um fantástico substituto aos sistemas hidráulicos tradicionais: o PEX (polietileno reticulado).
Suas características técnicas de elevada qualidade e resistência, facilidade de instalação e a possibilidade de substituir com tranquilidade o PVC, CPVC e o cobre tem levado esse sistema a ganhar mercado no país. O PEX consegue fazer curvas suaves, reduzindo a necessidade de conexões e, por consequência, o risco de vazamentos nessas emendas. Além disso, facilita a instalação em pontos de difícil acesso.
O PEX também não se deteriora em contato com água de menor pH (mais ácida), reduzindo a necessidade de substituições e reformas em decorrência da corrosão da tubulação. A vida útil do PEX também é superior à de outros materiais tradicionalmente utilizados em instalações hidráulicas e sanitárias. Resiste à variação de temperatura, podendo conduzir tanto água fria quanto quente, e é altamente resistente a impactos.
Como sua instalação é simples e flexível, está menos sujeita a erros e pode ser feita em menos tempo, economizando nos custos da obra e podendo reduzir prazos. Também não costuma produz ruídos com a passagem da água por ser um material flexível.
Desvantagens do PEX
- O PEX é sensível aos raios ultravioletas (UV), não pode ficar exposto ao sol. Isso inclui a necessidade de maior cuidado no armazenamento do material antes de sua instalação.
- Grande parte do PEX fica encoberta durante a sua instalação, o que dificulta a inspeção visual durante a obra. Ou seja, se houver alguma falha na instalação, só será descoberta em seu primeiro teste de carga.
- Embora o material (PEX) não seja caro, sua instalação exige a utilização de ferramentas específicas, como alicates de crimpagem, por exemplo. Essas, sim, podem ser significativos nos custos iniciais de instalação.
- Algumas localidades ainda não adaptaram suas leis e regras construtivas locais, o que pode criar dificuldades para sua aceitação e regularidade da obra perante órgãos públicos de fiscalização.
Tendência
A adoção do PEX tende a crescer no Brasil, inclusive em função de sua relação custo/benefício, e já é muito utilizado em projetos residenciais e comerciais de médio e alto padrão. O PEX é muito utilizado na Europa e na América do Norte, tanto em reformas quanto em construções novas.
O PEX também deve ser impactado positivamente com a crescente adoção do BIM – Building Information Modeling. Isso acontece porque o PEX facilita a coordenação geral do projeto, tem prazos rápidos de implementação, é um sistema modular e tem melhor rastreabilidade e registros em bancos de dados que sistemas e materiais mais tradicionais.
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