Uma das primeiras decisões que a empresa precisa tomar a respeito de qualquer atividade é se vai produzir (ela própria executar) ou comprar (terceirizar, quando dependeria de outra empresa independente para executar a atividade, talvez sob contrato).
Entretanto, estes são dois extremos de um continuum de possibilidades de integração vertical, onde há, entre os extremos, algumas possibilidades intermediárias: vizinho a “produzir”, existe a possibilidade de delegar parte ou toda a produção a subsidiárias; e vizinho a “comprar”, empresas de mercado podem unir interesses contratualmente por vários anos; e, no centro, estão as joint ventures e alianças estratégicas, onde duas ou mais empresas criam uma entidade independente formada por recursos de ambas.
Razões para comprar:
- Benefícios tangíveis do uso do mercado: tirar vantagem de economias de escala e economias de aprendizagem (localizadas em terceiros)
- Fundamentos econômicos dos contratos: estes especificam claramente as responsabilidades de cada parte e as consequências se cada uma das partes não cumprir com sua obrigação
- Contrato completo que elimina o comportamento oportunista. Três fatores costumam impedir a contratação completa: a) racionalidade limitada das partes, b) dificuldades em especificar ou mensurar o desempenho, e c) informações assimétricas entre as partes
- Coordenação dos fluxos de produção através da cadeia vertical, como o ajuste de tempo, ou o ajuste de sequência
Razões para produzir, entre aqueles aplicáveis à prestação de serviços:
- Evitar o vazamento de informações privativas
- Evitar o custo das transações
- Evitar os custos de ativos específicos de relacionamento (relationship-specific assets), os investimentos feitos para apoiar uma transação comercial, que não podem ser utilizados em outra transação específica sem algum sacrifício de produtividade. O mercado imobiliário é repleto destes ativos, em especial em sua primeira forma: a especificidade de localização. Mas também contém as outras três formas, a especificidade de ativo físico (por exemplo, um projeto especialmente moldado para uma transação comercial), a especificidade de ativos dedicados (um investimento feito para satisfazer um cliente específico) e a especificidade de ativo humano (pessoas com conhecimentos, habilidades e informações que são mais valiosos dentro de uma transação comercial específica que fora dela)
- O problema da apropriação: quando participantes autônomos trocam bens (ou serviços) sem acordos formais visando uma continuidade do relacionamento no futuro. Isso aumenta o custo da transação de quatro maneiras: a) as negociações de contratos ficam mais difíceis, e as renegociações, mais frequentes; b) ocorrem investimentos para melhorar ex post posições de barganha; c) desconfiança entre as partes; d) investimentos reduzidos em ativos específicos de relacionamento.
Diversificação
Os motivos para a diversificação são basicamente dois:
- Beneficiar a empresa aumentando sua eficiência, através de economias de escala e de escopo, reduzindo custos de transação e utilizando melhor o mercado de capitais internos à empresa, por exemplo
- Os proprietários da empresa não decidem diretamente diversificar, pode refletir as preferências dos gerentes (conflito de agência).
A diversificação pode, por outro lado, incorrer em custos potenciais:
- Pode gerar custos de influência substanciais, quando intermediações internas (internal lobbying) podem tornar a alocação de recursos ineficiente
- Custos dos sistemas de controle para recompensar os responsáveis de forma vinculada às unidades de negócios
- Há evidências recentes demonstrando que mercados internos de capital podem não funcionar muito bem na prática.
Para se aprofundar neste assunto, recomendamos o livro A economia da estratégia, de Besanko, Dranove, Shanley e Shaeffer.