Perspectivas para transporte e trânsito em São Paulo

Imagine uma solução para a mobilidade urbana de grandes cidades brasileiras (leia São Paulo), sem  reduzir população (pelo contrário, imagine que ela continuará aumentando). Também não vale colocar todo mundo num lugar só. Aposto que você verá um cenário com as seguintes características:

a) não está baseado no transporte individual motorizado, nem mesmo num mundo de motocicletas e táxis;
b) tem muito, mas muito mais metrô do que hoje (metrô de verdade, não monotrilhos estúpidos que destroem a paisagem e não transportam passageiros em número suficiente);
c) utilizam intensamente os trens urbanos atuais, mas com qualidade muito superior e melhor utilizados;
d) ônibus urbano é decente e utilizado com inteligência – ou seja, o exato oposto do que temos hoje em São Paulo;
e) as pessoas usam táxi quando precisam usar carro.

Veja que interessante: uma vida sem a propriedade de veículos automotores! Não acredita que seja possível? Então veja algum filme americano que se passa em Manhattan (precisou, usa um carro amarelo – e confortável).

Percebendo este provável futuro, algumas das maiores empresas automobilísticas do mundo (como a Mercedes-Benz) patrocinaram, há uns dois anos, um grande evento sobre transporte urbano, realizado no Rio de Janeiro e com apoio de apresentadores da Rede Globo. O evento teve como grande destaque um modelo de transporte urbano ainda pouco conhecido no Brasil (exceto em Curitiba, onde surgiu) – o Bus Rapid Transit, ou simplesmente BRT.

A ideia é simples: imagine ônibus em faixa exclusiva (como há na Av. Rebouças e na Av. Santo Amaro), mas funcionando como metrô, todos fazem o mesmo trajeto, então você pega o primeiro que passa; quando chega num ponto importante (nó), faz baldeação, exatamente como faz no metrô. O transporte fica muito rápido (em Curitiba há ônibus em intervalos menores que um minuto) e é uma solução muito mais barata e rápida de construir que o metrô. Este ficaria com o papel estrutural, para vencer grandes distâncias sem ter que parar em semáforos.

Não sei se esta tendência continuará assim, ou se algum novo elemento surgirá para mudar as perspectivas. Mas tenho certeza que obras para o transporte individual motorizado (carros particulares) não nos levam a um futuro bom. Portanto, não faz sentido gastar nosso dinheiro (público) em viadutos, ampliações de marginais, alargamento viário… Pelo menos não agora.

Publicidade

Um comentário sobre “Perspectivas para transporte e trânsito em São Paulo”

Deixe um comentário

Preencha os seus dados abaixo ou clique em um ícone para log in:

Logo do WordPress.com

Você está comentando utilizando sua conta WordPress.com. Sair /  Alterar )

Foto do Facebook

Você está comentando utilizando sua conta Facebook. Sair /  Alterar )

Conectando a %s

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Saiba como seus dados em comentários são processados.