Das atividades técnicas nos negócios da arquitetura [e]

Agora que já tratamos da diversidade de atuação em segmentos de mercado (veja aqui), o passo seguinte – e essencial – é falarmos das atividades técnicas desempenhadas pelos arquitetos e urbanistas nos escritórios [1]. Isso porque esses dados mostram de forma muito mais explícita a concentração de atividades técnicas em alguns poucos segmentos. Em outras palavras, nós arquitetos estamos nos debatendo em alguns nichos de mercado, o que tende a baixar os preços praticados e precarizar nossas condições de trabalho. Esses são os oceanos vermelhos.

Enquanto isso, outros nichos de mercado são ocupados por pouquíssimos arquitetos, que provavelmente fortalecem sua marca naqueles segmentos, trabalham com maior estabilidade de demanda e provavelmente podem praticar preços com markup positivo – ou seja, com retornos superiores ao seu custo de oportunidade financeiro. Isso não é pouco: grande parte dos escritórios de arquitetura estão hoje trabalhando com retornos negativos em relação ao seu custo de oportunidade, porque tomam por base apenas o retorno contábil ou o fluxo de caixa. Esses são os oceanos azuis.

Destaco aqui também que, até este ponto, eu só falei das atividades regulamentadas, ou seja, que a lei reconhece como sendo de atribuição do profissional de arquitetura e urbanismo (ainda que não seja exclusiva). Porém, nos dias atuais impera a inovação e novos negócios, principalmente aqueles que se fortalecem com as plataformas digitais. Apesar de já termos encontrado alguns escritórios (e outras empresas lideradas por arquitetos que não se intitulam como “escritórios de arquitetura”) tirando partido dessas possibilidades, a grande maioria parece não se mobilizar quanto ao modelo de negócios, insistindo em mecanismos ultrapassados de criação e entrega de valor ao cliente. Estas últimas também parecem ser as que mais sofrem para obter a remuneração mínima para sua viabilidade econômico-financeira. Continuar lendo Das atividades técnicas nos negócios da arquitetura [e]