Entre as inúmeras vantagens da adoção do BIM, existe uma que interessa em especial às organizações que precisam analisar e aprovar projetos técnicos: a capacidade que o BIM possui de validar automaticamente projetos em padrão neutro universal (formato IFC), conforme determinam as normas ISO e os padrões buildingSMART. Essa capacidade, que até pouco tempo atrás era um interessante potencial do BIM, já é realidade e está em estudo por órgãos públicos brasileiros (como prefeituras) para a agilização de aprovações e licenciamentos.
A base dessa capacidade está na construção de um arquivo específico para a instrução de regras de validação do projeto. Este arquivo, denominado Information Delivery Specification (IDS), é codificado em XML, uma linguagem bastante simples e de fácil compreensão. Neste arquivo, podemos instruir absolutamente qualquer tipo de verificação do arquivo IFC, desde que observemos as limitações da linguagem XML e os padrões e as nomenclaturas corretas dos campos IFC, conforme internacionalmente estabelecidas pelas normas ISO. Por exemplo, o nome do projeto deve sempre estar no campo IfcProject.

Poderíamos, por exemplo, construir um requisito no arquivo IDS exigindo que o nome do projeto esteja discriminado no arquivo IFC. Isso pode ser feito de maneira simples, exigindo por exemplo que o campo IfcProject não esteja em branco.
Em linguagem XML, isto equivale a:
<Requirements>
<!– Verificar se IfcProject está preenchido –>
<Entity>
<Name>IfcProject</Name>
<Requirement>
<Presence>mandatory</Presence>
</Requirement>
</Entity>
Observe que o trecho <Presence>mandatory</Presence> exige o preenchimento deste campo (IfcProject) como condição para que o arquivo IFC submetido seja validado. Neste tipo de comando está todo o potencial do arquivo IDS como “roteiro” de validação automática em BIM.
Este padrão é global, e está regrado em normas ISO e nas páginas da buildingSMART na internet. A própria buildingSMART também disponibiliza material técnico em repositório público no GitHub.
O arquivo IDS sozinho não fará todo o trabalho nem automatizará nenhuma validação, mas é o primeiro elemento a ser construído nesses tipos de processos. Sem o IDS, a construção das aprovações automáticas de projetos nem começam. Além disso, tendo um arquivo IDS construído, é possível fazer validações individuais de arquivos em alguns Ambientes Comuns de Dados (CDE) e em softwares livres, como o BlenderBIM (Bonsai):

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