O que é GovTech?

Algumas soluções tecnológicas e de processos têm surgido nos últimos anos com o objetivo de melhorar a eficiência e a transparência dos serviços públicos, e de facilitar a interação entre o governo e a população. Estas soluções estão sendo chamadas de GovTechs, em analogia a outras “techs” atuais que estão revolucionando diversos setores.

Trago hoje alguns exemplos do que tem se enquadrado nesta categoria:

  1. Plataformas online de Governo Digital: sistemas de acesso público e remoto que permitem aos cidadãos acessar e obter serviços governamentais de forma digital. Oferecem uma ampla gama de serviços, como emissão de documentos, pagamento de tributos, obtenção de informações, agendamento de consultas médicas, entre outros. Reduzem burocracia, trazem agilidade ao atendimento público e economia de tempo e recursos para o governo e para a população. Essas soluções começaram a surgir no início dos anos 2000, em países como Estônia e Singapura.
  2. Inteligência Artificial (IA): tem o potencial de transformar a forma como o governo opera. Pode ser utilizada para automatizar processos, analisar grandes volumes de dados (big data), prever demandas e qualificar a tomada de decisões. Ao adotar a IA, o governo pode se beneficiar da maior eficiência operacional, redução de erros, melhor alocação de recursos e aprimoramento dos serviços prestados à população. A aplicação da IA no governo ainda está em estágios iniciais, mas tem se mostrado promissora.
  3. Blockchain para serviços governamentais: é uma tecnologia que permite o registro e a validação de transações de forma segura e transparente. Pode ser utilizado para garantir a autenticidade de documentos, rastrear a cadeia de suprimentos, realizar votações eletrônicas seguras, entre outras aplicações que exijam validações de identidades de pessoas ou de autenticidades de documentos. Ao adotar o blockchain, o governo trabalha no sentido de aumentar a confiança da população nos serviços prestados, reduzir fraudes e melhorar a eficiência dos processos. O blockchain começou a ganhar destaque em 2008, com o lançamento da criptomoeda Bitcoin, que foi a primeira aplicação prática da tecnologia.
  4. Cidades Inteligentes: apesar de ainda haver muita polêmica sobre essa definição, o entendimento mais consensuado atualmente é o de serem aquelas cidades que utilizam tecnologias avançadas para melhorar a qualidade de vida dos cidadãos e a eficiência dos serviços públicos. Essas tecnologias incluem sensores para monitoramento de tráfego, iluminação inteligente, sistemas de transporte público integrados, monitoramento de níveis de inundação, integração de sistemas de segurança pública, entre outros. Os benefícios de se adotar soluções de cidades inteligentes incluem a redução de congestionamentos, o uso mais eficiente dos recursos naturais, a melhoria da segurança pública e a promoção da sustentabilidade. O conceito de cidades inteligentes começou a ganhar destaque no final dos anos 2000.

As soluções tecnológicas para o setor público, assim como em outros setores, estão em constante evolução. Além disso, cada país tem suas próprias iniciativas e abordagens. O surgimento e a adoção dessas soluções podem variar de acordo com o contexto e as necessidades de cada esfera de governo – local, regional ou nacional.

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