O nível de produção ótimo de sua empresa

Toda empresa tem pelo menos um ponto de produção ótimo, ou seja, aquele que apresenta a melhor relação entre resultados entregues e recursos consumidos. Vamos hoje apresentar a visão da economia da estratégia para este assunto.

Lembrando que a palavra marginais se refere às taxas de mudança (o quanto muda uma variável por mudança de uma unidade produzida), considere as seguintes relações entre receita marginal (RM), custo marginal (CM) e a variação na produção (∆Q):

Mudança na Receita Total = RM x ∆Q

Mudança no Custo Total = CM x ∆Q

Mudança no Lucro Total = (RM – CM) x ∆Q

Se o objetivo da empresa for a maximização dos lucros, ele deveria seguir as seguintes recomendações:

• Se RM > CM, ela pode aumentar os lucros vendendo mais, e ela poderia reduzir os preços (se isso aumentar o volume de vendas naquele mercado específico);

• Se CM > RM, ela pode aumentar os lucros vendendo menos, e ela poderia aumentar os preços (se isso reduzir o volume de vendas naquele mercado específico);

• Se RM = CM, a empresa não consegue aumentar os lucros alterando os volumes de produção. Então, o nível de produção e o preço devem estar em seus níveis ótimos. Repare que isso resulta num sinalizador importante: estes níveis ótimos estarão localizados onde as curvas RM e CM se encontrarem.

Um caso particular é a teoria da concorrência perfeita (ou concorrência pura), que se aplica aos setores onde muitas empresas produzem produtos idênticos – e os consumidores acabam escolhendo apenas com base no preço. Além disso, as empresas entram e saem do mercado à vontade (sem barreiras). Neste caso específico, cada empresa tem que cobrar o preço de mercado, o qual está além do controle de qualquer empresa individual. Não vale a pena fixar preço acima do preço de mercado (não venderia absolutamente nada), nem fixar preço abaixo do preço de mercado (pois significaria entregar receita sem necessidade). Assim, a curva de demanda de uma empresa em ambiente de concorrência perfeita é perfeitamente horizontal (não há alteração de preços para qualquer volume de produção), portanto o volume de produção será definido pelo encontro desta (que corresponde à receita marginal) com a curva de custo marginal.

Entretanto, é mais comum estarmos em uma estrutura de mercado diferente da concorrência perfeita, com menos participantes. Com isso, surge entre outras novas variáveis, o provável comportamento de seus rivais frente a uma decisão sua de produção. Em contextos assim, a teoria dos jogos passa a ser mais relevante, pois trata de situações onde todos os tomadores de decisões são racionais, e cada um está tentando adivinhar ações e reações de seus concorrentes. Para identificar o “resultado provável” de jogos, utiliza-se o equilíbrio de Nash, a qual é uma simulação onde cada jogador está fazendo o melhor que pode, dadas as estratégias dos outros jogadores. Com isso, a expectativa aproxima-se do resultado – há convergência entre comportamento real e esperado.

Quando cada parte se move simultaneamente, o mais adequado é estudar o equilíbrio de Nash em forma de matriz, observando todos ao mesmo tempo. Mas, se a tomada de decisões for sequencial, será mais conveniente utilizar a sequência em árvore, observando as consequências de cada decisão (nó). Observando as possibilidades retroativamente (do fim para o começo), será possível identificar a estratégia ótima do rival, e decidir a partir dela.

Para saber mais, recomendamos a leitura do livro A economia da estratégia, de Besanko, Dranove, Shanley e Shaeffer.

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