Alguns leitores perguntam minha opinião sobre os chips M1 ou M2 para tarefas de arquitetura, incluindo BIM e modelos 3D hiperrealistas. A questão tem vindo principalmente de leitores do post O Apple Mac é fantástico!, onde trato um pouco de soluções Apple para aplicações em escritórios de arquitetura.
Também é preciso contextualizar a pergunta: recentemente, a Apple rompeu com os chips Intel por não terem evoluído para a nova tecnologia que permite aos novos notebooks terem um desempenho muito mais alto com baixíssimo consumo de energia. Com isso, enquanto novos computadores conseguem um desempenho muito mais alto com baterias que podem durar até 24 horas de uso ininterrupto, os chips Intel não acompanharam essa evolução. Até aí, nenhuma dúvida resta.
Porém, a Apple, uma das primeiras a migrar completamente para a nova tecnologia, adotou o chamado chip Apple Silicon, e nomeou seu primeiro processador central de M1. Pouco tempo depois, lançou outro chip, mais potente e econômico, chamado M2. Daí veio a dúvida dos leitores: vale a pena pagar mais caro pelo M2, se o M1 já representa um imenso salto tecnológico?
Qualquer profissional da arquitetura que tenha vivido alguns ciclos tecnológicos já percebeu que esses momentos de salto de desempenho promovem um grande ganho num momento inicial ao mudar seu equipamento para a tecnologia nova, mas no momento seguinte ela já é o novo padrão de mercado, e os softwares e aplicativos já se adaptaram a ela. Em outras palavras, hoje ambos são disruptivos, mas num futuro não muito distante, a diferença entre ambos os chips será mais evidente.
Atualmente, o chip M1 já tem um desempenho muito superior ao atual Intel de 10 núcleos, e consome muito menos energia (vide gráfico acima). Então por que escolher outro chip ainda mais potente?
A decisão, claro, vai depender de sua realidade e do seu escritório. Se esse adicional de custo é inviável, não há o que se discutir – mas lembre-se que essas compras podem ser parceladas. Também pode fazer sentido adotar o M1 agora se você tem um planejamento operacional do escritório que inclua substituições mais frequentes de equipamentos – por exemplo, os escritórios que adotam por padrão a revenda de suas máquinas Apple com poucos anos de uso, antes que seu valor de revenda comece a ter uma queda mais acentuada, e muito antes das atualizações do MacOS deixarem de estar disponíveis.
Para todos os outros casos, recomendo apertar um pouco o cinto hoje e estar com um equipamento preparado para rodar tarefas mais pesadas por mais tempo.
Recomendações por arquétipos profissionais
Nível 1
- BIM de apresentação básica ao cliente e estimativas básicas de custos, com compartilhamento de modelos para projetos complementares
- CAD 2D e 3D
- Avaliação de imóveis com CastleR
- QGIS básico e intermediário
- Geração de imagens básicas de apresentação a clientes, com realismo intermediário
- Não atrapalha com animação
Equipamento recomendado hoje: MacBook Air M1 13 polegadas 256GB – link com preço
Nível 2
- BIM com criação de elementos paramétricos e compartilhamento intenso do modelo no desenvolvimento do projeto
- Imagens estáticas em hiperrealismo
- QGIS avançado ou com arquivos de dados pesados
- Animação básica e intermediária
Equipamento recomendado hoje: MacBook Air M2 13 polegadas GPU 8 núcleos 256GB – link com preço
Nível 3
- BIM integrado à animação hiperrrealista
- BIM com geração de elementos paramétricos hiperrealistas
- QGIS integrado ao BIM com arquivos pesados
- Animação avançada e edição de vídeos profissionais
Equipamentos recomendados hoje:
- MacBook Pro M2 512 GB – link com preço
- MacMini M2 GPU de 10 núcleos 256GB – link com preço
Nota: sobre o MacMini, é importante lembrar que o equipamento vem SEM periféricos (monitor, teclado, mouse, etc.), que precisam ser comprados à parte nesta opção. Quanto ao seu desempenho, nada tem a ver com o Mini antigo, o modelo passou por uma reformulação geral e atualmente possui um desempenho muito superior aos modelos anteriores com chip Intel.
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