
Cada brasileiro gera, em média, aproximadamente 1kg de lixo por dia (365 kg por ano). Portanto, uma única residência com 4 pessoas gera, em média, praticamente 1,5 toneladas de resíduos por ano. O custo médio atual para as prefeituras darem alguma destinação a este volume todo (longe da ideal) é de R$ 125/tonelada. Ou seja, esta residência de 4 pessoas custa R$ 180 por ano para a prefeitura dar solução ao lixo por ela gerado. E não existe almoço grátis: se você não paga taxa nem tarifa para isso, este dinheiro está sendo retirado dos cofres públicos e reduzindo investimentos em outras áreas, como saúde, educação e segurança pública, por exemplo.
Além disso, esses resíduos são coletados, transportados e quase tudo é aterrado. Uma solução que não soluciona direito, porque contamina o solo e o lençol freático, os aterros sanitários bem construídos ainda precisam tratar o chorume a um custo altíssimo, prolifera doenças, emite altas quantidades de CO2 na atmosfera (assim como os veículos de coleta, compactação e transporte), entre diversos outros problemas sociais associados.
Soluções tecnológicas para este problema já existem, e a custos viáveis. Boa parte da Região Sul do Brasil já implantou mecanismos de recuperação de custos e evoluiu muito neste tema.
Mais ou menos metade de todo o resíduo doméstico é orgânico (pense no lixo da cozinha). Metade deste volume de orgânicos pode passar por processo de compostagem e virar substrato para plantio de espécies vegetais, por exemplo para floriculturas (70%) e biogás para geração de energia elétrica (30%).
Outros 30% são resíduos secos, sendo que aproximadamente 70% deles podem ser tranquilamente reciclados.
Os resíduos domésticos também podem virar Combustível Derivado de Resíduos (CDR), muito utilizados pelas indústrias cimenteiras no Estado de São Paulo, por exemplo.
Cada vez mais municípios percebem que enterrar resíduos é enterrar dinheiro, e estão investindo em novos arranjos operacionais e modelos de negócios que viabilizem sua valorização. Neste contexto, concessões públicas e parcerias público-privadas aceleram estas implantações de forma mais rápida e eficiente que as contratações comuns via Lei 8.666/93, além de aliviar a estrutura das prefeituras de licitações a cada 5 anos e do controle operacional da execução desses contratos.
Não dá mais para virar as costas para esta questão, até porque ela é cada vez maior. Fisicamente maior.
Muito bom o artigo, conciso e esclarecedor. Tornou consciente o valor de algumas taxas que recebo da Sabesp em Santo André.
Parabéns!!
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Bom saber que ajudou! Obrigado
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