Meu último adeus ao Paulo

Conheci o arquiteto Paulo Bastos em circunstâncias muito diferentes da maioria das pessoas. Na época eu ainda trabalhava na prefeitura de Santo André e queria voltar à iniciativa privada, motivo pelo qual estava cursando uma segunda graduação em administração.

Conversei pessoalmente com ele em abril de 2010, numa entrevista de emprego. Seu jeito de falar, de olhar e sua visão de mundo me lembraram de imediato meu avô materno. E uma conversa rápida me trazia de volta a um mundo que eu não via há muito tempo, o da boa arquitetura, responsável e ética. Tal como a FAU ensinou.

Tive a honra de trabalhar com o Paulo desde então, com uma curta pausa no final de 2010. O mais fascinante foi aprender observando. Pena que nesse período sua produção de arquitetura foi pequena, pois era o que ele fazia com maestria. Mas o pouco que vi foi muito significativo, em especial os projetos de restauro. E eu nem tive tempo de agradecer.

Não precisa ser nenhum gênio para perceber que o Paulo brilhava em seus projetos, tal como o solzinho sempre presente em seus desenhos. Hoje é um dia muito triste, o mundo está menos brilhante.

Mas não sejamos egoístas. Ele foi brilhar em outro lugar. O nosso tempo já se esgotou.

Adeus, mestre. Vá em paz.

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2 comentários em “Meu último adeus ao Paulo”

  1. Conheci o Paulo Bastos em ’81, ’82, coisa assim quando cursava arquitetura na FAU Santos. Não me recordo mais com muita clareza de suas aulas, mas me recordo da sua vontade de passar adiante o gosto pela arquitetura, a sua paixão contagiava,,, ele foi, sem dúvida, um grande mestre, Obrigado Paulo Bastos

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