Volum3: o fluxo de trabalho do amanhã [GA]

Num futuro muito próximo (ou ainda hoje mesmo), o fluxo do trabalho intelectual deixará de ser feito por meio de e-mails, planilhas, editores de texto e de anotações com hiperlinks soltos. Trabalhar colaborativamente significará estar num ambiente estruturado de fluxos de trabalho e de dados, no qual o trânsito de informações respeitará protocolos e requisitos pré-estabelecidos.

Além disso, o ambiente digital de trabalho será interconectado e fluido entre diversos aplicativos de colaboração. O objeto do trabalho, ou seja, os arquivos eletrônicos que melhor traduzam o que é seu resultado principal estará centralizado e ao mesmo tempo compartilhado com todos os colaboradores envolvidos. E tudo isso será tão natural e corriqueiro que não nos daremos conta, da mesma forma que hoje não nos damos conta dos protocolos e padrões de internet que usamos diariamente para simplesmente trabalhar.

Nesse contexto nascente, informações geradas em reuniões de trabalho não estarão mais apartadas dos sistemas onde o trabalho é, de fato, desenvolvido. Traduzir atas de reuniões para informações de entrada (inputs) do processo de desenvolvimento de um projeto não fará sentido, porque as próprias reuniões deverão fazer parte desse contexto digital de desenvolvimento total. Para isso, utilizaremos ferramentas adequadas para esses registros dentro dos mesmos ambientes digitais de desenvolvimento do trabalho em si.

Algumas dessas ferramentas já existem, e trago hoje apenas um exemplo com o qual tive contato recentemente: a ferramenta de colaboração Volum3, desenvolvida na Croácia. É apenas um entre inúmeros exemplos de sistemas preparados para reunir numa única plataforma tarefas e informações definidas em reuniões, de forma organizada e prontas para uso. Esse tipo de plataforma certamente fará parte do cotidiano de trabalho em qualquer setor de desenvolvimento intelectual.

Este tipo de solução responde a diversas demandas atuais de um conjunto de políticas, processos e tecnologias que vem revolucionando a forma de se desenvolver, construir, operar, manter e encerrar o ciclo de vida de ativos construídos: o Building Information ModelingBIM. Este processo de padronização da construção civil já está em curso, e o Brasil já estabeleceu sua estratégia inicial de migração – a Estratégia BIM BR. Inclusive o Decreto Federal 10.306/2020 já orienta como as contratações públicas do governo brasileiro migrarão para o BIM, estabelecendo datas precisas para sua implementação gradual até 2028 (artigo 4).

A redução de riscos operacionais provocados por erros, omissões, falhas de comunicação e indisponibilidade de informações cai vertiginosamente com a utilização de qualquer ferramenta similar à Volum3 para integração de informações entre equipes. Portanto, assim como ocorreu em tantos outros espaços ocupados pela digitalização do trabalho, sua adoção provavelmente será rápida e irreversível. Estejamos atentos.

[GA] : esta marca sinaliza textos sobre Gestão Arquitetônica.

Saiba mais:

Processo de projeto em arquitetura

Gestão do escritório de arquitetura - capa do livro

Deixe um comentário

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Saiba como seus dados em comentários são processados.