O conflito de agência surge sempre que existe uma pessoa ou organização agindo em nome de outra. O primeiro (agente) tem seus próprios objetivos, interesses e agendas que podem estar em algum tipo de conflito com objetivos, interesses e agendas de quem o delegou (principal). Nesta relação, arquitetos e escritórios de arquitetura se posicionam nos dois polos, dependendo do momento.
O cliente contrata outra pessoa ou organização para a prestação de serviços técnicos em arquitetura e urbanismo por não ter conhecimento, recursos ou interesse para fazê-lo por conta própria. Transforma a empresa de arquitetura em seu agente, confiando que seus interesses serão adequadamente tratados, e aqui começa uma zona nebulosa ao arquiteto contratado em alguns aspectos.
Um deles é quanto à responsabilidade cultural empresarial: quando o profissional percebe que o cliente não possui informações ou conhecimento cultural suficiente, entra num dilema ético sobre o quanto tentar influenciar no objeto resultante – mesmo sem saber se o cliente permitiria essa interferência. Neste caso o principal pode sentir que seu agente (o arquiteto) não está atuando conforme seus interesses e isso criar ruídos na relação entre as partes. Em outras palavras, o cliente pode ver essa “interferência” como um problema de agência.
Por outro lado, quando o arquiteto delega qualquer atividade a terceiros, como projetos complementares, fornecedores, executores de obra, está se colocando na posição de principal. E a mesma sensação do cliente no exemplo acima pode vir a ser sentida. Por exemplo, quando um projetista estrutural interfere num elemento sensível da arquitetura, um fornecedor entrega um elemento com alterações não previstas ou o executor insiste em uma linha de conduta indesejada, o arquiteto sente o problema de agência do outro lado.
Os custos de agência podem se tornar elevados quando o agente toma decisões e age sem o conhecimento ou anuência do principal. Sempre que for possível envolver o agente no compromisso ou interesse que o resultado seja obtido exatamente como esperado pelo principal, vale a pena fazê-lo. Isso funciona como um mitigador.
[GA] : essa marca sinaliza texto sobre Gestão Arquitetônica.
Saiba mais:
Blog do Trevisan 