O relatório Focus desta segunda-feira voltou a mostrar elevação na expectativa de inflação para as próximas semanas. Provavelmente refletindo as incertezas quanto à definição do nome do novo Ministro da Fazenda (com a redivisão do Ministério da Economia em três), o receio do mercado quanto ao nome de Fernando Haddad para a pasta, e os riscos fiscais da PEC da transição com a retirada de gastos sociais do teto.
A consequência esperada para esse comportamento é o adiamento da retirada de restrição monetária, ou seja, vai demorar mais para a Taxa SELIC voltar a cair. Caso a tendência de alta se mantenha, ou mesmo se aguce (por exemplo, com novas altas nos combustíveis), existe ainda a possibilidade de novas altas na taxa referencial brasileira antes de seu ponto de inflexão para baixo.
Bom para investimentos de renda fixa pré-fixados, ruim para o setor produtivo, para empresas e para novos investimentos em função da manutenção do custo de oportunidade do capital em patamares elevados por mais tempo.
O Relatório Focus do Banco Central do Brasil é o resultado de uma pesquisa feita junto a agentes do mercado, e não necessariamente reflete a percepção ou intenções do governo.