Para que serve o Norte no projeto de arquitetura?

O projeto de um imóvel se diferencia substancialmente de outros projetos móveis, como objetos e veículos, justamente por sua fixação espacial. Como não poderemos nunca mais “ajustar” a posição ou orientação desses “objetos” tão especiais, os aspectos físicos ganham importância crucial para as decisões de design. Topografia, ventos predominantes, características de precipitações (chuvas) mais intensas, acessos, visuais, sombreamento, rugosidade do terreno, possíveis alterações morfológicas de vizinhança e uma infinidade de outras variáveis se tornam críticas ao bem imóvel.

Assim, um dos elementos mais críticos vem a ser o movimento aparente do sol. Muito mais que alterações de luminosidade, a insolação de um determinado território define e interfere em variáveis como temperatura, umidade e ventos, só para citar algumas. Ou seja, o sol define as condições de conforto ambiental dos ambientes construídos.

Cada região terá suas necessidades específicas de conforto: algumas são muito quentes, outras são muito frias. Algumas muito úmidas, outras muito secas. O estudo do movimento aparente do sol nos permite identificar as orientações mais adequadas para cada ambiente de uso humano: os melhores locais do edifício para permanência prolongada, circulações, repouso, refeições, lazer e, mais recentemente, trabalho cotidiano.

O Norte verdadeiro, que é diferente do norte magnético apontado por uma bússola, é uma indicação obrigatória em projetos de arquitetura por esses motivos. Ele permite identificar, além do movimento aparente do sol, outras características meteorológicas da região, como ventos, e precipitações predominantes.

Os arquitetos e urbanistas se utilizam de gráficos que representam com precisão o movimento do sol, em função dos dias do ano, para desenvolver o projeto de edifícios. Esses gráficos são chamados de cartas solares, e são as mesmas para uma determinada latitude em qualquer lugar do planeta. Assim sendo, as cartas solares de São Paulo (SP) e de Antofagasta (Chile) são exatamente as mesmas. Observe que a carta solar mostra apenas o movimento do sol, não o clima e variáveis meteorológicas como um todo (os climas de São Paulo e de Antofagasta são radicalmente diferentes, apesar de o movimento solar em ambas as cidades ser rigorosamente o mesmo.

Carta solar da Cisjordânia
Carta solar da Cisjordânia, 32 graus Norte. É o mesmo movimento solar observado na divisa do México com os Estados Unidos, por exemplo.

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2 comentários em “Para que serve o Norte no projeto de arquitetura?”

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