Contexto do desenho do escritório de arquitetura [GA]

O plano de negócios do escritório de arquitetura precisa ser orientado pela estratégia do negócio e por seu contexto operacional. Observe que esse contexto, uma das variáveis críticas, está em constante transformação, o que reforça a necessidade de reavaliação constante do desenho organizacional. Além disso, as demandas do contexto não costumam chegar em pacotes simples, o mais comum é que o escritório de arquitetura esteja constantemente sendo pressionado a responder a várias demandas simultâneas.

Um bom exemplo disso tem sido a adoção do BIM, que demanda aquisição de conhecimentos e habilidades técnicas simultâneas ao rápido desenvolvimento regulatório do setor de arquitetura, engenharia e construção (AEC) para as tecnologias, políticas e processos do próprio BIM. Portanto, como o contexto não é estático, o desenho precisa ser adaptável, flexível. E aqui vem uma boa notícia: um levantamento feito pelo arquiteto Daniel Fleming Collaço em seu trabalho final de graduação na FAU-USP indica que já existem escritórios de arquitetura fazendo isso.

Também não há como padronizar nenhum tipo de modelo para o desenho organizacional de escritórios de arquitetura, porque a solução que funciona bem para um não será adequada ao outro, porque as estratégias, equipes e, em especial, nichos de mercado em que atuam são diferentes. O projeto do escritório não pode vir de fora para dentro, precisa ser decorrente de um processo de diagnósticos, autoconhecimento e amadurecimento internos. Não recomendo a utilização de nenhum tipo de fórmula pronta para escritórios de arquitetura, temos necessidades muito próprias, não apenas distintivas de nosso setor em relação a outros, mas entre cada um de nós.

O desenho organizacional é um dos campos em que a frase de Louis Sullivan melhor se adequa. “A forma segue a função”, atribuída ao projeto de arquitetura, serve perfeitamente ao projeto do escritório de arquitetura. A simetria é bastante interessante: em ambos os casos, quando a função e o propósito são definidos é que o processo de projeto (design) se inicia. Pode parecer óbvio, mas em nossa pesquisa encontramos muitos escritórios (a maioria, na verdade) criados, estruturados e operacionais sem que seus objetivos, funções ou fatia de mercado-alvo estivessem claros. É impossível adequar a estrutura à estratégia se a segunda não estiver identificada. Por outro lado, a comparação entre o projeto de um produto e o de uma organização não pode ser tão literal, pois vimos que a segunda está em constante estado de fluxo, e sua forma precisa ser capaz de ser flexível para atingir seu propósito.

Saiba mais:

Gestão do escritório de arquitetura - capa do livro

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