Como investir com mais segurança [proteja seu dinheiro]

Momentos de instabilidade – como o atual – tendem a levar mais pessoas físicas a buscar investimentos mais seguros. O problema é que o desconhecimento acaba prejudicando a rentabilidade de aplicações financeiras, em muitos casos sem necessidade. Algumas aplicações tradicionais (como a poupança) podem estar em momento de rentabilidade real negativa.

Um erro comum é entender todos os investimentos em renda variável como uma coisa só, e de alto risco. Não é bem assim. Existem, por exemplo, ações muito estáveis e seguras, e outras de alto risco e extremamente voláteis. De forma geral, quanto mais estável o produto da empresa, mais segura será a ação. É o caso de companhias grandes e consolidadas de energia elétrica e saneamento, entre outras.

Outro tipo de investimento de renda variável mais seguro é o fundo de investimento imobiliário (FII) do segmento logístico. Mas por que do logístico, e não outros? Porque os terminais logísticos e centros de distribuição são pouco afetados pelas crises. Todo mundo precisa continuar comendo, se vestindo, tomando remédios… e todo produto industrializado (mesmo que seja importado) passa, necessariamente, por um galpão logístico.

Se uma marca mais cara perde espaço porque as pessoas não podem mais comprar, outra mais barata toma o seu espaço nesses imóveis. Além disso, os contratos de aluguel costumam ser atípicos, protegendo ainda mais o investidor.

E se o país quebrar de vez?

Esse evento é chamado default. Nesse caso, o governo deixa de pagar suas dívidas (passamos por isso em 1987). Se isso acontecer, o mais afetado num primeiro momento, na carteira de pessoas físicas, será o Tesouro Direto. Se você quer fugir desse risco, também não adianta migrar para um fundo lastrado em títulos públicos. Se fizer isso, você só reduziria sua rentabilidade e aumentaria ainda mais o risco.

Uma forma de se proteger disso no curto prazo (pois logo o efeito nocivo contamina toda a economia), é transferir seu dinheiro para renda fixa que não tenha lastro direto em títulos do governo. Um exemplo são os CDB de instituições financeiras. Outro exemplo são LCI (letras de crédito imobiliário) e LCA (letras de crédito do agronegócio). Mas isso é para o curto prazo, repito: um default logo contamina tudo.

O que isso tem a ver com nosso mercado?

Toda a indústria da construção civil e investimentos em infraestrutura envolve grandes volumes de recursos. Portanto, é altamente dependente do mercado de crédito. A poupança agregada de uma macroeconomia é a principal fonte desses recursos (funding).

Quanto mais estável for o ambiente de aplicações financeiras do país, também mais estável será a fonte de recursos para esses mercados. Isso significa menor custo financeiro e, portanto, benefícios mais baratos ao usuário ou consumidor final.

 

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