Carta aos desempregados da era Lula-Dilma

São Paulo tinha, no início dos anos 1920, dois principais jornais que viviam de sua rivalidade dualista (já falamos sobre isso por aqui). De um lado, o Correio Paulistano era o porta-voz do conservador Partido Republicano Paulista (PRP). De outro, O Estado de São Paulo de Julio de Mesquita. Este último, apesar das rixas com o Correio, não representava seu total antagonismo – para ilustrar, relutou em prestar apoio aos rebeldes da Revolução de 1924. Tudo o que fez foi tentar melhorar as condições de vida da cidade em meio ao conflito de que era palco. (E pagou um preço alto por isto, ficando proibido de circular por duas semanas).

Estado criou uma edição vespertina, com linguagem mais leve, que contava com colaboradores de peso (entre eles, nada menos que Monteiro Lobato, Alexandre Marcondes Machado do personagem Juó Bananére, e Moacyr Piza). Esta edição era menor, e ficou conhecida como Estadinho. Assim veio à edição da manhã o apelido de Estadão.

Quando o jornal resolveu fechar o Estadinho, estes colaboradores, em menos de um mês criaram outro jornal, a Folha da Noite. Mais tarde, este mudou de nome para Folha de São Paulo, e depois veio a ser a maior ameaça que o Estadão conheceu à sua hegemonia antes da era da internet. Em sua fundação estava inclusive Julio de Mesquita Filho, filho do high profile do Estadão.

Quase um século depois, arrisco dizer que a maioria dos gestores ainda não entende a importância das pessoas em suas organizações. À parte da farra fiscal do governo federal que levou à atual crise econômica e decorrentes dispensas, fato é que as pessoas são a alma das empresas, e quando estas vão embora, aquelas morrem um pouco.

Mas a vitalidade do trabalho e o potencial econômico continuam existindo nos exércitos que estão agora se reposicionando e criando as novidades que derrotarão os mesmos gestores que não aprendem antigas lições.

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