Tanto o arquiteto e urbanista quanto o engenheiro civil costumam atuar em diversas áreas, mas a principal certamente é a construção civil. As formações são complementares, com grande sobreposição de disciplinas nos cursos de graduação.
Legalmente, no Brasil, o campo de atuação dos dois profissionais é muito parecido, com poucas diferenças quanto ao que é de competência exclusiva de um ou de outro profissional. Por exemplo, estruturas de pontes exigem um engenheiro civil, enquanto o traçado urbano e plano diretor de cidades exigem a atuação de um arquiteto e urbanista.
Porém, os cursos de graduação não são tão parecidos em seus objetivos. Por exemplo, disciplinas de cálculo estrutural (que também estão presentes nos cursos de arquitetura) são mais aprofundadas nos cursos de engenharia. Da mesma forma, disciplinas de conforto ambiental térmico, acústico, luminotécnico e ergonômico (também presentes no curso de engenharia) são mais aprofundados no curso de arquitetura. Isso ocorre com muitas outras disciplinas também.
Além disso, algumas disciplinas são exclusivas. Estradas, pontes, portos são matérias exclusivas do curso de engenharia. Desenho urbano, restauro, design, paisagismo, projeto executivo de arquitetura são disciplinas exclusivas do curso de arquitetura.
A filosofia, cultura e visão de mundo desses profissionais são diferentes, o que resulta em vocações de atuação distintas e complementares.
O arquiteto está mais orientado ao planejamento funcional do espaço, para sua utilização. Pensa os espaços para a utilização humana, de forma útil e confortável. Planeja e projeta em escalas diversas, desde uma caneta até regiões que incluam várias cidades e atividades econômicas, pensando também nos fluxos de transporte e vetores de desenvolvimento. O arquiteto pensa os edifícios de forma que sejam adequados às suas finalidades. A forma como algo se apresenta no mundo é chamado de estética (é por isso que se fala, por exemplo, na estética do poder).
O engenheiro civil está mais orientado para a produção. É o profissional mais íntimo da execução da obra, conhece as técnicas e tecnologias produtivas, os materiais empregados, os testes e ensaios de qualidade, durabilidade e resistência de cada elemento utilizado na construção.
Mas isso não impede que existam profissionais que se dão melhor em áreas que, teoricamente, seriam a especialidade do outro. Existem arquitetos que são ótimos em cálculo estrutural e engenheiros que são ótimos em projetos de edificações.